O ESTÁGIO CURRICULAR NO CURSO DE PEDAGOGIA: A VIABILIDADE DO MATERIALISMO HISTÓRICO-DIALÉTICO PARA A COMPREENSÃO DO PAPEL DA PRÁTICA E DA TEORIA

Abstract

No Estágio Curricular do curso de Pedagogia nos deparamos com o seguinte problema: os alunos, mesmo após os estudos teóricos continuam embasando os saberes dos quais lançam mão na hora de solucionar os problemas práticos em crenças e valores pessoais, geralmente de caráter reprodutor e acrítico. Tais saberes pessoais permanecem estáveis e não são reelaborados a partir dos conhecimentos teóricos que alicerçam o campo de conhecimento do Estágio Curricular. Aceitam e concordam com teorias de caráter crítico e transformador, porém, aparentemente, não afetam sua produção prática e/ou acadêmica. Buscamos no materialismo histórico-dialético elementos para auxiliar a compreensão do papel da prática e da teoria no Estágio. Considerando o fenômeno educativo como prática histórica, social, cultural, pedagógica e institucional, concluímos que o Estágio Curricular se constitui como tempo/espaço privilegiado para apreensão de parte das múltiplas determinações que compõem tanto a prática quanto a teoria na formação inicial dos professores. O estágio precisa, portanto, ser desenvolvido considerando a totalidade do fenômeno educativo e sob a perspectiva de superação da dicotomia entre teoria e prática, estimulando a reflexão, o questionamento e a pesquisa. Concluímos ainda que a fragilidade teórica é importante responsável pela manutenção das posturas acríticas, sustentadas pelo aparente e o pelo imediato. Não se trata de estabelecer uma hierarquia entre teoria e prática, nem de julgar que a primeira seja superior à segunda, mas de se estabelecer uma indissociabilidade entre elas como algo indispensável para a superação das crenças pessoais.