Abstract
A proposta é analisar a relação entre o Massacre ocorrido na prisão de Alcaçuz e Rogério Coutinho Madruga, inseridas no Município de Nísia Floresta, RN, em janeiro de 2017 e que resultou na morte de, pelo menos, 27 pessoas e 71 desaparecidos. Pretendemos descrever esse evento, entender suas consequências e sua relação com o fortalecimento das disputas entre duas facções rivais (PCC e SDC) e o aumento da violência em Natal, sobretudo no ano de 2017 e 2018. Em que sentido esse episódio trágico contribuiu (e contribui) para esse quadro? Qual a relação entre essas questões e as condições atuais no sistema prisional?
 
 Palavras-chave: 
 Facção; sistema prisional; disputas; massacre de Alcaçuz
Highlights
Enquanto o Massacre acontecia — o que demorou seis dias — mães, esposas e irmãs dos detentos se avolumavam em frente ao Presídio aguardando notícias
Nenhum advogado ou defensor público se fez presente naquele contexto e o quadro se manteve igual, durante os dias de vigília que os familiares realizaram
Se antes já existia um processo de consolidação e disputa entre os coletivos criminosos locais dentro e fora das prisões, o Massacre gerou a necessidade de uma união maior entre os “irmãos” nas cadeias e quebradas
Summary
O interesse pelo tema e pelo Sindicato do Crime, especialmente, foi despertado a partir do Massacre ocorrido nas prisões de Alcaçuz (composta pelos pavilhões 1, 2, 3 e 4) e Rogério Coutinho Madruga (composta pelo pavilhão 5) em janeiro de 2017 — duas unidades prisionais contíguas e inseridas nos arredores da cidade de Natal, Rio Grande do Norte, e hoje conhecidas, simplesmente, como Complexo Prisional de Alcaçuz. As informações presentes nesse artigo foram obtidas mediante um intenso trabalho etnográfico com familiares de pessoas encarceradas e de integrantes da facção Sindicato do Crime do RN. Em termos estruturais, em um primeiro momento, abordamos como nos inserimos nesse campo e a nossa relação com o Massacre de Alcaçuz. Posteriormente, fazemos uma discussão sobre o cenário que une “quebradas” e “cadeias” na Grande Natal, isto é, periferias, e “cadeias”
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