Abstract

Nesse artigo faço uma reflexão sobre os engajamentos na sala de aula em que a prática do cinema é central. Trabalho uma experiência específica que é o filme-carta. Para pensar o espaço pedagógico discuto as noções de emancipação (Jacques Rancière) e máquina (Félix Guattari) buscando entender o papel mesmo do cinema na educação. O artigo estabelece ainda um diálogo entre os filósofos franceses, Jacques Rancière e a dupla Félix Guattari e Gilles Deleuze que, apesar bases filosóficas distintas, nos ajudam a pensar a dimensão política que trazemos para o ensino e a prática do cinema.

Highlights

  • EDIÇÃO DE TEXTO E RESUMOS | Susane Barros SECRETÁRIA EXECUTIVA | Helena Stigger EDITORAÇÃO ELETRÔNICA | Roka Estúdio www.e-compos.org.br | E-ISSN 1808-2599 |

  • Uma disciplina de Oficina de Realização Cinematográfica, realizada na Bacharelado em Cinema na Universidade Federal Fluminense e o trabalho ligado ao Inventar com a Diferença, projeto de cinema, educação e direitos humanos em mais de 250 escolas em todos os estados do país, coordenado pelo Departamento de Cinema da mesma universidade e ligado às pesquisas do Kumã: laboratório de Pesquisa e Experimentação em imagem e som

  • In: MOSTRA FILMES-CARTA POR UMA ESTÉTICA DO ENCONTRO, Catálogo, MEDEIROS, Rúbia Mércia Oliveira (org.), Rio de Janeiro: Caixa Cultural, 2013

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Summary

Introdução

O ensino de cinema é dos mais paradoxais. Evidentemente que esta narrativa não só é triste, no sentido Spinozista – ela baixa nossas forças de agir – como ineficiente, uma vez que trata-se de: 1) duas velocidades distintas – a da produção de conhecimento e a do mercado; 2) duas naturezas distintas de relação com o saber – funcionalizável, no caso do mercado e de formação ampla, no caso da universidade; sem fim objetivável, mas com a finalidade da invenção e do conhecimento. Ao assumirmos que o ensino de cinema acontece ainda assim, sem uma centralidade que lhe guie, não nos separamos dos paradoxos inerentes às práticas, cujo desafio na relação ensinoaprendizagem demanda invenção. Outra maneira: não há ensino de cinema que também não seja em si um processo de emancipação. Neste artigo gostaria de propor dois movimentos: um primeiro, pensando o processo mesmo de emancipação e a relação com as artes; e um segundo, descrevendo e analisando a opção do filme-carta como dispositivo pedagógico

Emancipação
Máquina
Filme-carta
Tecnologia e escritura cinematográfica
Desdobramentos

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