Abstract
O presente trabalho, centrado em uma perspectiva funcional da língua cujo arcabouço teórico defende a variação, a mudança e a gramaticalização, tem como objetivo central estabelecer reflexões sobre como a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) trata o objeto de conhecimento variação linguística, articulado aos eixos de Análise linguística/semiótica e Oralidade, no ensino fundamental. A partir da descrição e da análise das habilidades voltadas ao ensino da variação linguística, elencadas na BNCC, pretendemos, ainda, identificar em que medida essa proposta de ensino de língua portuguesa se vincula à concepção da linguística funcional norte-americana. Alicerçados no compromisso teórico com a natureza inerentemente social da linguagem, apontaremos as oscilações entre o formal e o funcional no ensino de análise linguística. Para isso, tomamos como corpus da pesquisa a versão homologada do referido documento (BRASIL, 2019). O trabalho se fundamenta em aportes da Sociolinguística, com respaldo em estudos realizados por Labov (2008), Tarallo (2005), entre outros autores e, em aportes da Linguística Funcional Norte-americana, dialogando com autores como Givón (1979), Hopper (1991) e Pezatti (2004). Os resultados, até então obtidos, demonstram que a BNCC aborda a variação linguística à luz de vários aspectos inerentes à concepção da linguística funcional, apontando para o estudo da língua nas diversas situações de uso, tendo o indivíduo como elemento central para as discussões linguísticas. Além disso, percebemos a necessidade de a BNCC relacionar o objeto de conhecimento Variação linguística a atividades de leitura e de escrita, por exemplo.
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