Abstract

Para verter a parelha elegíaca latina, algumas traduções poéticas metrificadas de obras ovidianas em língua portuguesa têm demonstrado certa preferência pelo dístico vernáculo, engendrado por Péricles Eugênio da Silva Ramos (1964), composto por verso alexandrino sucedido de decassílabo. Seguindo este modelo, apresentamos nossa proposta de transposição criativa para a carta de Fílis a Demofonte (Her. 2), elaborada com base nas considerações de alguns tradutores-poetas que se serviram deste mesmo arranjo e nos pressupostos teórico-metodológicos norteadores da prática da tradução poética, segundo Roman Jakobson (1969), Samuel Levin (1978) e José Paulo Paes (2008).

Highlights

  • To translate the Latin elegiac couplet, some metrified poetic translations of Ovidian works into Portuguese have shown a preference for the vernacular couplet created by Péricles Eugênio da Silva Ramos (1964)

  • João Victor Leite Melo considerations of some poet translators that used the same arrangement and on the theoretical and methodological basis of the practice of poetic translation according to Roman Jakobson (1969), Samuel Levin (1978) and José Paulo Paes (2008)

  • E, no entanto, espero, ainda que seja tarde, que tenhas vacilado só com a data

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Summary

Onde a fidelidade que pactuamos?

(que tantas vezes mais cruzá-lo-ia), por teu avô juraste – ele, o que aplaca as águas –. (se é que não mentiste a ascendência); por Vênus, cujas setas me são tão nocivas (sejam as do arco, sejam as das tochas); por Juno, que preside os leitos conjugais e pelo archote sagrado da deusa. Teseu é rei de Atenas e pai de Demofonte. Acreditei nos nomes de que tu descendes, acreditei em mil palavras doces, acreditei nas lágrimas; mas quem diria que tuas artes podem controlá-las?. Por ter te dado porto e abrigo não reclamo. Minha vergonha é ter compartilhado o leito e dado mais que hospitalidade. Queria ter morrido antes daquela noite, assim minha honra ficaria incólume. Erijam-te uma estátua, e uma pro teu pai, grã estirpe de Egeu.

Quando tiverem lido sobre os horrorosos
Esperar as velas que me nega o mar?
PHYLLIS DEMOPHOONTI
Denique fidus amor quidquid properantibus obstat
Si de tot laesis sua numina quisque deorum
De tanta rerum turba factisque parentis
Expectem pelago uela negante tamen?
Maesta tamen scopulos fluctuosaque litora calco
Ad tua me fluctus proiectam litora portent
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