Abstract

Trata-se de ensaio sobre como são produzidas, no contexto em que vivemos, subjetividades criminosas. Partindo da ideia de "dispositivo da criminalidade", propõe-se como estratégias de tal diagrama de forças do contemporâneo o medo/acuamento, a desconfiança/desfiliação e a violência/ausência de sentido para a ação. Os efeitos do dispositivo da criminalidade são, por um lado, subjetividades engajadas na crença de identidades/essências de gente inferior e gente de verdade; por outro, discursos sobre segurança pública e situação de risco. Acredita-se que os mecanismos que põem em funcionamento o dispositivo da criminalidade integram prisões, projetos sociais para a infância empobrecida, políticas públicas, etc.

Highlights

  • This essay discusses how criminal subjectivities are produced within the context where we live

  • O medo/acuamento, a desconfiança/desfiliação e a violência/inexistência de sentido, como estratégias do “dispositivo da criminalidade”, produzem subjetividades engajadas no sofrimento psíquico ou no esmagamento do sentido subjetivo/afetivo

  • A produção de subjetividades criminosas é a função política do dispositivo da criminalidade (operado pela prisão, por projetos sociais, por abrigos, por unidades de internação para jovens, por políticas públicas, pelos sistemas de segurança, etc.), que tem como estratégias de efetuação o medo, a desconfiança e a violência

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Summary

Apresentação

O que pretendo apresentar é um ensaio, baseado no referencial foucaultiano, sobre os processos de subjetivação que atualizam formas criminosas, ou dito de outra maneira, arrisco uma análise de como são produzidas, no contexto em que vivemos, subjetividades criminosas. Rauter (2007) apresenta a ideia de “dispositivo da criminalidade” como diagrama de forças que se atualiza por desdobramento nas instituições carcerárias e afirma que tal dispositivo é uma das principais ferramentas de controle social no mundo globalitário. Se a prisão é um sintoma da questão da criminalidade (YOUNG, 2003) – e não a sua solução, como seria óbvio pensar – e, por isso, pode ser entendida como componente da grande engrenagem que produz subjetividades criminosas (dispositivo da criminalidade), que outros componentes tal diagrama de forças comporta? Deleuze (1988), apresentando as principais ideias de Foucault, aborda o diagrama como dimensão informe que se configura como mapa, relevo ou cartografia das relações de poder co-extensivas a todo o campo social. As relações de poder devem ser ponto de partida para a análise das instituições e não o contrário. Impõe-se como questão para as discussões que pretendo trazer: quais as estratégias das relações de poder contemporâneas? Tal pergunta implica ainda em sondar qual é o alvo do poder hoje, quais os seus dispositivos (agenciamentos concretos e/ou abstratos), que função política imediata opera e que efeitos encerra?

Perigo e risco na sociedade de controle
A título de conclusão
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