Abstract

Este artigo aborda as relações entre antropologia, etnografia e diários de campo a partir da obra ‘Diário de Campo: a antropologia como alegoria” (1982), do antropólogo e educador Carlos Rodrigues Brandão. Neste livro, o autor compila fragmentos poéticos de diversas pesquisas de campo ao longo de sua trajetória acadêmica, em que a poesia é a matéria da linguagem etnográfica. Os escritos-poemas apresentados nesse diário de campo expressam as relações entre o pesquisador e o campo da pesquisa, entre pessoas, paisagens e objetos, que dão ânima a situação etnográfica, quando as sensações e as emoções extrapolam o texto antropológico formal, encontrando vazão espontânea na poesia. Considero que este livro seja um tratado de geoantropologia poética, conceito criado por Brandão e desenvolvido em suas aulas, então retomado nesta reflexão sobre as possibilidades da escrita etnográfica e sobre os atravessamentos e afetos da pesquisa antropológica durante os trabalhos de campo.

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