Abstract

Com base em A partir de fragmentos de L'Écriture du désastre e de outros escritos de Maurice Blanchot, este artigo trata da relação entre a história (ou a outra história), as suas rupturas e o desastre. Para abordar essa relação, Blanchot recorre, em seus escritos, a autores como Wittgenstein, Hölderlin, Kafka, Melville (principalmente Bartleby, o Escrivão) e Levinas. Com base nesses autores, Blanchot elabora seu pensamento acerca da aporia messiânica, e busca compreender a sua relação com o totalitarismo. É particularmente importante a influência que Emmanuel Levinas, grande pensador de origem judaica, versado nos escritos do Talmude, exerce sobre Blanchot; este, por sua vez, se vê na delicada situação de pensar o messianismo desde sua posição de intelectual exterior ao meio judaico. Ademais, aborda-se a comparação, feita por Blanchot, entre o legado do pensamento judaico, frequentemente renegado pela moderna sociedade ocidental, e a cultura clássica grega, tradicionalmente exaltada como o berço da civilização, digno de sentimentos nostálgicos. Discutem-se também as ideias de tempo e de fim dos tempos, bem como o adiamento desse fim, e, finalmente, a proximidade do desastre.

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