Abstract

Resumo Investigamos o desenvolvimento da relação coparental e conjugal durante o processo de transição para a parentalidade no contexto da reprodução assistida, a partir de um estudo de caso coletivo longitudinal. Realizamos uma análise narrativa das entrevistas respondidas por três casais na gestação, no terceiro mês do bebê e em seu primeiro ano. Quando um dos cônjuges já tem filhos pode haver uma assimetria no enfrentamento do tratamento e da transição para a parentalidade. Pode haver, ainda, um deslocamento dos temas de conflito, embora estes tendam a ser abordados com as mesmas estratégias presentes na história do casal. Identificamos indícios da coparentalidade já no tratamento, havendo uma diferenciação crescente entre conjugalidade e coparentalidade.

Highlights

  • We investigated the development of the marital and the coparental relationships during the transition to parenthood following assisted reproduction, through a collective longitudinal case study

  • Configura-se, assim, o surgimento de um novo nível de formação familiar, em que os cônjuges passam a simultaneamente fazer parte de dois subsistemas distintos: o conjugal e o parental (Minuchin, 1980/1990; SchoppeSullivan et al, 2018)

  • O subsistema parental, por sua vez, surge a partir da chegada dos filhos e envolve sua criação e socialização, requerendo dos pais a capacidade de “nutrir, guiar e controlar” (Minuchin, 1980/1990, p. 63), assim como de se adaptar diante das necessidades dos filhos

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Summary

Tipo de Estudo

Realizou-se um estudo de caso (Stake, 1995) de caráter longitudinal. As fases investigadas compreenderam: (a) o terceiro trimestre de gestação, momento em que já se superou o período com maior incidência de perdas gestacionais e em que há um maior contato da mãe com as manifestações do bebê em desenvolvimento (Ferrari et al, 2007); (b) após o bebê completar três meses, período em que a mãe tende a se encontrar em um estado de grande disponibilidade emocional para o bebê, mas em que já foram superadas as adaptações iniciais (Lopes et al, 2005); e (c) o período após o bebê completar seu primeiro ano, que se caracteriza por sua maior independência (Lopes et al, 2007). Intitulado Transição para a parentalidade e a relação conjugal no contexto da reprodução assistida: Da gestação ao primeiro ano de vida do bebê (REPASSI; Lopes et al, 2008), contou com a participação de 35 famílias em que ao menos um dos cônjuges colaborou em uma ou mais fases do projeto. Considerando que o presente estudo tem como objetivo investigar a relação do casal, o primeiro critério para inclusão foi o de que tanto o marido como a esposa tivessem participado das três fases previstas pelo REPASSI (gestação, terceiro mês e primeiro ano de vida do bebê). Após o bebê completar um ano, os participantes responderam a entrevistas sobre a experiência da parentalidade no primeiro ano de vida do bebê, a relação do casal no momento presente e suas expectativas em relação ao futuro

Coleta de Dados
Análise dos Dados
Considerações Éticas
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os Primeiros Meses
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Hollingshead do nível socioeconômico das famílias do
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