Abstract
Trata-se de analisar dois ensaios produzidos pelo crítico e historiador Paulo Emílio Sales Gomes sobre os cineastas Serguei Eisenstein e Orson Welles. Publicados na segunda metade de 1950 no Suplemento Literário do jornal O Estado de S. Paulo, os ensaios analisam aspectos da linguagem, do estilo e da expressão social dos filmes de Eisenstein e Welles a partir de um recorte histórico-biogr´áfico delineado a partir dos estudos históricos desenvolvidos pelo cineasta em sua estada em Paris e na pesquisa sobre o cineasta francês Jean Vigo. Veremos como revisitar a fortuna artística de Eisenstein será fundamental para compreender aspectos da linguagem cinematográfica clássica, fundamentada significativamente na montagem paralela e no close-up. No caso de Welles, o foco repousa nas descobertas da profundidade de campo e do plano sequência como recursos narrativos carácterísticos do cinema moderno. Em conjunto, o comentário às obras de Eisenstein e Welles abrem caminho para reflexões histórico-biográficas bastante refinadas, que ainda hoje podem inspirar aqueles que tem o cinema como tema de suas pesquisas históricas, embasadas em uma metodologia apta a pautar questões de linguagem, estilo e expressão social que afluem do fenômeno cinematográfico.
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