Abstract

O objetivo do presente artigo é investigar os procedimentos utilizados por Caio Fernando Abreu para a construção das representações da morte em sua obra. Para tanto, tomamos, aqui, o conto “Apeiron”, publicado no livro Inventário do irremediável (1970). No texto, a reflexão sobre a morte, bem como o processo de dissociação a ela ligado, é deflagrada a partir da representação dos estados mentais de um cadáver, espécie de emblema alegórico da finitude humana, uma vez que pode ser visto como uma personificação da morte. Além disso, o caráter emblemático do corpo morto remete, também, ao esvaziamento da vida humana. O conto estabelece uma ambiguidade, especialmente porque a escolha discursiva (indireto e indireto livre) não permite ao leitor vincular diretamente as ideias presentes no texto ao cadáver-protagonista ou ao narrador, levando-o a questionar se o texto é o produto da imaginação deste narrador ou a manutenção insólita da vida mental de um homem morto. Seja a imaginação sobre a morte ou a vivência desta, “Apeiron” se mostra um texto no qual, a partir do processo de morrer, Abreu faz uma reflexão sobre o sentido do ser.

Highlights

  • Abreu to construct the representations of death in his work

  • The emblematic nature of the dead body refers to the emptiness of the human life

  • The short-story establishes an ambiguity, especially because the discursive choice does not allow the reader to relate the ideas presented in the text directly s to the corpse-protagonist or to the narrator, leading him to question if the text is the product of the narrator’s imagination or the unusual maintenance of the dead man’s mental life

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Summary

Introduction

Abreu to construct the representations of death in his work. For this, I take, here, the short-story “Apeiron”, published in the book Inventário do irremediável (1970). Podemos afirmar que Abreu já esboça um primeiro movimento de representação da morte: a indeterminação do sujeito e sua incapacidade de ter voz na narrativa remetem à neutralidade da morte e ao modo como esta transforma o sujeito em uma “coisa” sem vida, um cadáver, suprimindo-lhe a condição de sujeito, que só existe, de fato, a partir da linguagem.

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