Abstract
Os cem anos do fim da gestão do Barão do Rio Branco no Ministério das Relações Exteriores do Brasil coincidem com um momento politicamente propício para se revisitar o legado do patrono da diplomacia brasileira, em especial o referente aos Estados Unidos e ao Prata, os dois principais eixos das relações externas do País. Examinam-se o teor das relações com a potência hegemônica do hemisfério e o caráter oscilante daquelas com a Argentina. A partir de fontes primárias e bibliográficas, o autor procura demonstrar que Rio Branco, além do fechamento dos limites do território nacional, firmou tendências e procedimentos que se incorporaram à tradição da diplomacia brasileira, analisando, para isso, a função do alinhamento Rio de Janeiro-Washington no conjunto da política externa do chanceler e o padrão das relações com o governo argentino, fatores que influenciaram seus movimentos no entorno geográfico. A política de prestígio desenvolvida por Rio Branco decorreu da aspiração em diferenciar seu país do conjunto de nações do segmento sul do hemisfério, identificadas com convulsões políticas e insolvência financeira.
Highlights
Using primary and bibliographic sources, the author aims to demonstrate that, in addition to accomplishing the process of delimiting the country’s boundaries, Rio Branco established trends and procedures which were incorporated into the Brazilian Diplomatic Tradition
The foreign policy of prestige developed by Rio Branco derived from the aspiration to distinguish his country from the set of nations in the Southern Hemisphere, which are associated with political upheaval and financial insolvency
Palavras-chave: Barão do Rio Branco; Política Externa Brasileira; Política Externa da Primeira República
Summary
Pode-se afirmar que quase tudo que se refere à atuação de José Maria da Silva Paranhos Júnior, Barão do Rio Branco, na condição de ministro das relações exteriores do Brasil está desvendado. O que vem a seguir é uma sistematização de alguns conceitos sobre o Barão, com acréscimos interpretativos, no referente à política externa, com a pretensão de se tocar no essencial de modo a contribuir para ampliar a compreensão do que seria o mais relevante no período que esteve à frente da chancelaria brasileira. O contexto mundial era multipolar em transição para a formação de blocos (Lessa 2005, 119–21), caracterizado pelo nacionalismo e pela agressividade, geradores de disputas interimperialistas, incidentes diplomáticos, provas de força e corrida armamentista, componentes de um cenário que anunciava o fim de um período de expansão e prosperidade das economias industriais. Fora do círculo das grandes potências e, portanto, com poucos meios para influir nas decisões internacionais, à diplomacia brasileira não lhe era permitido errar nas apostas.
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