Abstract

Foi pensando nas muitas possibilidades de viver esses outros tempos em tempos de pandemia, que surgiram várias indagações: Se as crianças não estão nas instituições de educação infantil, onde estão? Com quem? O que estão fazendo? Como estão brincando? Como estão reinventando os modos de vida em tempos de isolamento social? A partir desses questionamentos o grupo de estudos e pesquisas em Pedagogias e Culturas Infantis (GEPPECI) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) iniciou uma sequência de lives no seu instagram, que culminou num webnário e se materializa na proposta deste dossiê. Na tentativa de conhecer um pouco como as diversas crianças estão vivendo as suas infâncias em tempos de pandemia, convidamos várias/os pesquisadoras/es de diferentes regiões do Brasil para contribuir com esse debate. Reunimos aqui 10 artigos que trazem um pouco a multiplicidade de experiências vivenciadas pelas infâncias brasileiras, portuguesa e italiana e que que ajudam a descolonizar a concepção universal e abstrata de criança. Gostaríamos que este dossiê contribuisse para descolonizar o olhar para as diversas crianças brasileiras que vivem suas experiências em diferentes cantos desse país, mas que sofrem também as crueldades desse sistema e dessa necropolítica (MBEMBE, 2018), reagindo, subvertendo, (re)criando outras possibilidades de existências e de educação.

Highlights

  • 31 de dezembro de 2019 – Registro de primeiro caso de covid-19 na China 7 de fevereiro de 2020 – Sancionada Lei de Quarentena no Brasil 26 de fevereiro de 2020– Primeiro caso de covid-19 registrado no Brasil 12 de março de 2020 – Primeira morte registrada no Brasil 20 de Março de 2020– Bolsonaro chama covid-19 de “gripezinha” 10 de abril de 2020– 1.000 mortes pela doença no Brasil de novembro de 2020- Bolsonaro chama segunda onda de 'conversinha' de novembro de 2020 - Mais de 1,3 milhão de mortos no mundo 11 de dezembro de 2020- 180.437 mortes pela doença no Brasil

  • Escondem as desigualdades que se intensificaram com a pandemia, escondem a necropolítica (MBEMBE, 2018) que mata todos os dias meninos e meninas negras, como no caso da morte do menino Miguel, cuja família aguarda julgamento da patroa branca que foi denunciada por abandono de incapaz; além das 12 crianças mortas por “balas perdidas”: Kauã Vitor da Silva, Leônidas Augusto, Luiz Antônio de Souza, Maria Alice Neves, João Vitor Moreira, Anna Carolina de Souza Neves, Douglas Enzo, Ítalo Augusto, João Pedro, Rebeca Beatriz e Emily Vitória, as mais recentes vítimas desse infanticídio

  • HISTÓRICO – uso exclusivo da revista Recebido em: 12-12-2020 – Aprovado em: 12-12-2020

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Summary

Marina Rebeca de Oliveira SARAIVA Centro de Educação

31 de dezembro de 2019 – Registro de primeiro caso de covid-19 na China 7 de fevereiro de 2020 – Sancionada Lei de Quarentena no Brasil 26 de fevereiro de 2020– Primeiro caso de covid-19 registrado no Brasil 12 de março de 2020 – Primeira morte registrada no Brasil 20 de Março de 2020– Bolsonaro chama covid-19 de “gripezinha” 10 de abril de 2020– 1.000 mortes pela doença no Brasil de novembro de 2020- Bolsonaro chama segunda onda de 'conversinha' de novembro de 2020 - Mais de 1,3 milhão de mortos no mundo 11 de dezembro de 2020- 180.437 mortes pela doença no Brasil. Considerando que são poucas as pesquisas com crianças que abordam seus lugares no campo político e econômico bem como o papel delas nos movimentos sociais, o artigo traz um importante estudo mostrando de maneira objetiva o impacto de questões estruturais politicas e econômicas mais amplas sobre a vida das crianças do campo, em especial as Sem Terrinha. O texto, transgressor e poético, nos impulsiona ao desconhecido e nos convida “à travessia por caminhos ainda não trilhados, à composições aforísticas, crianceira e arteira que nos coloca em movimento, permitindo adentrar temporalidades e espacialidades contagiantes que mobilizem experiências sensíveis de pensamentos para outras formas de estar no mundo e na educação em tempos de pandemia.”; O outro ensaio: Retratos da pandemia no bairro da levada: infância e crise em um “bairro de periferia de Alana Barros Santos (PPGS/UFAL) foi ao encontro das “crianças que povoam esse bairro e [observou] como suas infâncias têm sido produzidas e reinventadas no contexto de crise”. Terminamos com a esperança das resistências das crianças, que diariamente encontram nos becos da vida, formas de (re) existências

Solange Estanislau dos Santos Marina Rebeca Saraiva
Solange Estanislau dos Santos Doutorado em Educação
CONSENTIMENTO DE USO DE IMAGEM Não se aplica
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