Abstract

Esse artigo visa apresentar duas concepções que apresentam possíveis encontros na análise da narrativa do escritor brasileiro José J. Veiga. Primeiramente, demonstraremos como se desenvolve uma das teorias de análise contemporâneas do fantástico na literatura sob a perspectiva do professor David Roas (2011, 2014). A seguir, através do estudo da obra do filósofo e escritor argelino Albert Camus, em especial seu livro O mito de Sísifo (2019), iremos apontar em linhas gerais as características mais discutidas da chamada filosofia do absurdo defendida pelo escritor. A partir dessas comparações iremos apontar as semelhanças entre os estudos filosóficos de Camus e a teoria da literatura fantástica desenvolvida por Roas e apontar como ambas apresentam pontos de intersecção na literatura do autor brasileiro José J. Veiga, em especial em dois de seus contos “O galo impertinente” e “ Onde andam os didangos?”, ambos do livro A estranha máquina extraviada (2010), conduzindo a uma leitura fantástica-absurda da obra do autor em conexão com uma possível ontologia de mundo.

Highlights

  • This article aims to show two conceptions that present some possible points of intersection in the work of the Brazilian writer José J

  • De maneira cruel muitas vezes, a ausência de um sentido inerente aos personagens e a ausência de controle que eles têm sobre os eventos, quer seja através do impossível relacionado com o fantástico em uma estrada interminável e um galo com poderes absolutos, quer seja através do prosaico real, um homem mal encarado e forte que rapta um membro da família; o efeito de absurdo é o mesmo em ambos os casos, tanto a população da cidade e a família estão a mercê dos fatos e não podem usufruir aquilo que gostariam

  • Os elementos de ordem fantástica, de acordo com as classificações de David Roas, estão sempre espalhados por essas histórias, sejam eles, a realidade conectada com o leitor, os eventos impossíveis e os efeitos de medo e de ansiedade gerados por ele, e, por fim, talvez o que mais esteja presente na obra do autor, a transgressão do real, o momento em que personagem e, muitas vezes o leitor, se dá conta de que princípios em que se baseava para viver são quebrados e um novo caminho precisa ser traçado, um agora mais trágico e pesado

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Summary

Introduction

This article aims to show two conceptions that present some possible points of intersection in the work of the Brazilian writer José J.

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