Abstract

Sabe-se que o português brasileiro (PB) permite objetos nulos cujos antecedentes são inanimados. Porém, há certas sentenças que parecem desafiar essa generalização. Essas sentenças também permitem pronomes plenos na posição do objeto. Neste trabalho, defendo que a lacuna nessas sentenças não é o objeto nulo característico do PB, ou seja, não há aí uma elipse de DP. A questão, portanto, é como diferenciá-las (i) daquelas contendo o verdadeiro objeto nulo; e (ii) daquelas que só permitem o pronome pleno. Para discutir essas questões, o trabalho tem como base o arcabouço teórico gerativista e parte de recentes propostas para diferentes tipos de tópico, dentro de uma visão cartográfica (FRASCARELLI; HINTERHÖLZ, 2007). Comparando os objetos nulos do PB com o hebraico (ERTESCHIK-SHIR et al., 2013), assumo que diferentes tipos de tópico devem ser distinguidos em termos de seu papel no discurso. O PB, no entanto, não se assemelha ao hebraico em relação ao fenômeno de queda do tópico. Essa discussão embasa a proposta aqui apresentada acerca da distribuição do objeto nulo e pronome pleno no PB. Os objetos nulos animados vs. não-animados do PB são permitidos de acordo com o tipo de tópico presente na periferia à esquerda. O trabalho pretende contribuir para a discussão sobre a alternância objeto nulo/pronome pleno no PB.

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