Abstract

Este trabalho é uma primeira abordagem às raízes socioeconómicas dos notários da Inquisição (ou notários do Secreto), entre os anos de 1536 e 1755. O seu principal objetivo é conhecer os níveis globais de rendimento destes agentes no momento em que se habilitaram para o Santo Ofício.Para isso, consultaram-se as suas habilitações de genere para ordenação sacerdotal, com os respetivos instrumentos de dote e património, existentes no Arquivo da Universidade de Coimbra. Pretende-se, assim, responder às seguintes questões: com que património receberam, os futuros notários, ordens sacras? Dependeram de outrem para constituírem os seus dotes? Poder-se-iam desenvolver redes de influência ou de sociabilidade com base nesses patrimónios?O estudo desta pequena amostra permitiu concluir que quando chegavam ao Santo Ofício estes indivíduos não eram ricos, mas viviam sem constrangimentos.

Highlights

  • Os notários do Santo Ofício, por se tratarem de eclesiásticos4, deveriam dispor de património e/ou rendimentos que lhes fossem suficientes para viverem condignamente, quando ingressavam na vida clerical

  • The aim of this work is to gain knowledge on the global income levels of these agents at the moment they were habilitated for the Holy Office

  • One has gone through their qualifications de genere for priestly ordination, along with the respective dowry and property deeds, retrieved from the Archive of the University of Coimbra

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Summary

De origem desconhecida Moradores

A forte concentração de gentes em torno da cidade de Coimbra poderá explicar-se, sem mais detalhe, pelo facto de esta ser uma urbe de estudantes, como já anteriormente se referiu, atraindo uma população flutuante e sazonal de norte a sul do reino. Relativamente aos 16 ordinandos naturais e moradores noutras proveniências, cujas habilitações foram encontradas no AUC, supõe-se que poderiam estar apenas de passagem por Coimbra, para frequentar aulas na academia ou concluir cursos, no momento em que decidiram dar início às suas diligências. Para dar início à análise dos rendimentos destes ordinandos é necessário compreender primeiro o que significava, para eles e para as suas famílias, constituir um dote. A tabela seguinte representa bens e rendimentos dotados em património, bem como as taxas que recaíam sobre os mesmos. Caso existissem, deveriam constar obrigatoriamente nos instrumentos de dote, sob pena de terem de se efetuar mais diligências para atestar a validade do património (a propriedade dos bens dotados deveria ser sempre “limpa e desimpedida”). Quantos anos de trabalho especializado seriam necessários para reunir as quantias dotadas?

Data Ordinandos
Considerações finais
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