Abstract

O desenvolvimento de qualquer ser humano pode ser concebido de forma intercontextual. Durante sua existência ele atravessa, mormente, dois inquestionáveis contextos de desenvolvimento: a família e a escola. Compreender como essas agências atuam, separadas e interconectadas, nesse processo de vir-a-ser do indivíduo é fundante para deseclipsar o assunto. A relação entre elas passa a ser o foco. Este artigo, de natureza teórica, apresenta um estudo não exaustivo da relação família-escola. A partir da revisão bibliográfica como metodologia, que inclui resultados de pesquisas nacionais e estrangeiras, o autor transita na temática descrevendo as principais contribuições das investigações. Concluiu-se que a relação família-escola, tomada como imprescindível ao desenvolvimento dos sujeitos, é carregada de ambivalências, conflitos, assimetrias, contradições, mas também de cooperação, de parceria e de complementaridade de ações, a depender de como se dá o jogo inter-relacional entre os envolvidos e a presença de fatores socioculturais diversos.

Highlights

  • lugar onde os pais não

  • Como toda relação que envolve humanos, a que se dá entre escolafamílias não está incólume a barreiras (sutis ou explícitas), que entre outras as pesquisas apontam: i) o (pré)conceito de família “desestruturada” pela escola; ii) a censura e acusação dos professores de que as famílias transferem suas responsabilidades para escola; iii) a condição sociocultural de pais que não conseguem atender demandas da escola, a qual os leva a situações de constrangimento; iv) a falta de tempo e/ou interesse dos pais para acompanhar o desenvolvimento escolar dos ilhos; a assimetria da relação, na qual a escola é dominante, mormente prevalecendo seus interesses e projetos; v) a ausência de plena clareza de papéis no processo de interação, além de problemas na ordem de comunicação entre elas; vi) o limitado poder de voz concedido às famílias pobres, que lhe restam seguir as conveniências e ditames da escola e vii) conlitos na relação pais-professores (OLIVEIRA, 2004, SANTOS, 2001, SILVA; CAVALCANTE, 2012)

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Summary

Introduction

Reconhecemos todo o elenco de vantagens que a escolarização oferta a todas as classes sociais, tais como: lugar de aprendizagem e desenvolvimento, de sociabilidade, de potencial inclusão e/ou ascensão social (esta sobretudo para as classes médias), instituição portadora privilegiada de oferecer à sociedade elemento ímpar no desenvolvimento de uma nação: a educação formal, entre as principais; mas também se percebe que a escola pode representar espaço de exclusão social quando não abarca e/ou valoriza a pluralidade cultural, étnico-racial, religiosa e social dos educandos e dos proissionais envolvidos; é valioso olhar criticamente a escola quando arbitrariamente impõe sua cultura (valores, crenças etc), sua forma de organização, funcionamento e de relacionamento com as famílias de modo hierarquizado e formatado em padrões; quando trata a educação como produto (sentido mercadológico) e se torna tributária ao negar uma formação plena dos sujeitos, focalizando prioritariamente a intelectual; escola que se diz democrática, mas alimenta práticas autoritárias sutilmente disfarçadas, lugar onde os pais não a vê “como sendo deles, mas um espaço do outro e sobre o outro, o qual não tem direito, e por isso, somente podem se aproximar quando autorizados, convidados ou convocados”

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