Abstract
Este artigo pretende pensar o design a partir de um estudo etnográfico realizado em um escritório de design. Convivemos com os designers durantes seis meses e procuramos abranger uma espécie de ideologia dos designers sobre sua profissão. Tornaram-se aparentes certos mecanismos percebidos como fundamentais para a autonomia e para o desempenho profissional. Partimos aqui de uma proposição elementar: os designers detêm uma percepção particular de sua profissão; considerá-la é uma forma de se aproximar de elementos do design, que somente se revelam pelos olhos de quem enxerga a profissão pelo lado de dentro.Palavras-chave: Design, etnografia, aspectos da profissão.
Highlights
No burburinho formado entre os designers são conhecidas as preleções: as pessoas não sabem o que é design, não conhecem o valor do design, não são capazes de avaliar a qualidade de um trabalho ou a competência do profissional e tampouco imaginam tudo o que está por trás de um projeto bem feito
É impossível dizer se esta postura do designer, de manter ocultos os aspectos internos de sua profissão, ocorre por intermédio de uma ação consciente e calculada ou como um recurso quase involuntário de manter uma atividade incompreendida, criando-se assim a peculiar ideia de que somente os designers são capazes de entender o design e que, consequentemente, somente eles estariam aptos a realizá-lo
Professional designers might naturally be expected to have highly developed design ability, it is clear that non-designers possess at least some aspects, or lower levels of design ability”
Summary
No design há um sentimento ambíguo entre os profissionais, sobre a falta de conhecimento das pessoas em relação à profissão. No burburinho formado entre os designers são conhecidas as preleções: as pessoas não sabem o que é design, não conhecem o valor do design, não são capazes de avaliar a qualidade de um trabalho ou a competência do profissional e tampouco imaginam tudo o que está por trás de um projeto bem feito. A ideia entre os designers de que eles sabem o que está por trás do design, enquanto que aqueles que não são designers, não o sabem. Identificar esta suposta consciência do designer sobre estes aspectos de sua profissão não nos conduz necessariamente aos aspectos a que se referem. A leitura que o profissional faz de sua profissão guarda aspectos que são fundamentais para a caracterização de sua atividade e que entre estes aspectos está uma possível disposição em manter estes aspectos ocultos
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