Abstract

Resumo: Este artigo procurou investigar proposições em defesa da tolerância religiosa na documentação inquisitorial produzida sob o Reformismo Ilustrado no mundo luso brasileiro, tendo como hipótese de que as reformas institucionais tocantes à Inquisição, Igreja e cleros regular e secular criaram, de forma indireta, condições para que a defesa da tolerância religiosa fosse difundida mais amplamente. Concentramos nossa análise entre a segunda metade do século XVIII e primeira década do XIX e nas proposições presentes nas falas dos libertinos, cotejando-as com debates e condições presentes no contexto de amplas mudanças institucionais em Portugal e suas colônias. Procuramos, assim, mapear as possíveis aproximações entre concepções religiosas que remetem a uma religiosidade popular com outras concepções de tolerância de matriz iluminista, e em que medida elas foram influenciadas pelo contexto e discurso de modernização por parte da Coroa.

Highlights

  • Comparing them with debates and present conditions in the context of broad institutional changes in Portugal and its colonies

  • Foram indicadas várias testemunhas ao longo da denúncia, na maioria, condiscípulos de Jesus Maria, que moraram com ele no mesmo convento

  • A defesa da tolerância religiosa pelos libertinos, sob Reformismo Ilustrado, teve como características marcantes as apropriações, ressignificações e formulações originais verificadas em suas proposições, documentadas nas fontes inquisitoriais, de elementos que rementem aos debates das Luzes europeias conjugados com um substrato religioso e cultural de origens anteriores ao estabelecimento dos tribunais do pública contra a Inquisição portuguesa

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Summary

As reformas pombalinas e o Santo Ofício

É ponto pacífico da historiografia sobre a Inquisição de Portugal que, após a morte do inquisidor geral D. O então estudante de geometria de 23 anos de idade Francisco Cândido Chaves contou ao inquisidor Manoel Antônio Ribeiro, na Inquisição de Coimbra, que, ao pedir comida em uma república localizada na Travessa de Sub-Ripas, onde viviam alguns estudantes brasileiros e de Lisboa, também frequentada por Morais e Silva, percebeu que naquele local se comia livremente carne na quaresma e se discutiam diversos pontos de religião com demasiada liberdade, além de lá ser comum citarem autores como Voltaire e ainda algumas das proposições que ouvia de Morais e os demais estudantes coimbrãos, que diziam que o Inferno era uma fábula assim como o purgatório, de que a alma era mortal porque, estando no corpo, havia de ocupar espaço e portanto, era corpórea e, por conseguinte, mortal; que alguns fatos da Escritura existiam somente para conter os. Francisco; porq: isto de chagas he petta; e não quero, q. algum ouvinte, quando eu descer do púlpito me diga que eu preguei m

Sumário de Henrique de Jesus
Considerações finais
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