Abstract

Resumo: No presente artigo, o interesse é percorrer as referências à épica na prosa machadiana. O ponto de partida é a atuação crítica de Machado de Assis, chamado a debater as tentativas de poesia épica, principalmente nos anos de 1860. A crônica machadiana incorpora as referências épicas, em termos elevados, para ironizar a precariedade do cotidiano fluminense. No romance e no conto, a referência à épica também se apresenta enquanto ironia a personagens e ações rebaixadas. De certo modo, o crítico aprendeu o campo literário e o lugar da poesia épica no Brasil. O ficcionista, por sua vez, fez uma prosa em que o discurso incorpora os autores da tradição, as cenas e as personagens épicas, mas apenas no vocabulário. Esse descompasso entre cenas e discurso narrativo indica a impossibilidade da ação heroica, revelando uma prosa moderna, que rompe com a tradição épica.

Highlights

  • In this essay, the interest is to study references to the epic in Machado's prose

  • A primeira teria a capacidade de representar os heróis nacionais e de contar a história de uma nação

  • Poderíamos citar inúmeras marcas da presença épica na prosa machadiana, mas vamos encerrar o ciclo da referência épica, e dantesca, com Esaú e Jacó, em que o narrador externo incorpora como epígrafe de seu livro a citação de Aires: Dico que quando l’anima mal nata...Ou ainda, o nexo feito pelo mesmo Aires entre os heróis homéricos e os gêmeos: Paulo, enquanto Aquiles; Pedro, enquanto Ulisses

Read more

Summary

Introduction

The interest is to study references to the epic in Machado's prose. The starting point is Machado de Assis's critical work about the attempts of epic poetry, especially in the 1860s. Mesmo que o tema seja a guerra e o feito guerreiro, matéria elevada pela forma do épico, mas sem a organização típica de uma epopeia.

Results
Conclusion
Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call