Abstract
Grande parte das plantações de eucalipto no Brasil situa-se em solos de baixa fertilidade, para os quais a técnica de fertilização e o processo de ciclagem de nutrientes são fundamentais para elevar e manter a produção florestal. Os ganhos de produtividade dessas plantações em resposta à aplicação de N têm sido relativamente baixos, o que indica que o solo tem sido capaz de suprir boa parte da demanda deste nutriente para as plantas. O N da biomassa microbiana é tido como uma fração facilmente disponível, mas pouco se sabe sobre como fatores bióticos e abióticos afetam a sua dinâmica em plantações de eucalipto no Brasil. Desse modo, o objetivo deste trabalho foi avaliar a variação do N (NBM) e C (CBM) da biomassa microbiana do solo e de outras características com elas relacionadas em plantações de eucalipto com sete anos de idade, cultivadas em várias condições edafoclimáticas do sudeste brasileiro. Amostragens do solo foram realizadas durante quatro épocas, de março a novembro de 1995. O teor de NBM variou de 9,17 a 103,71 µg g-1 solo, sendo significativamente influenciado pela época de amostragem. Essa variação foi explicada pela combinação da precipitação pluviométrica com o teor de C orgânico ou N total. O teor de argila dos solos estudados foi outra característica de grande importância nessa variação. Dentre outras características avaliadas, verificou-se que a forma de N mineral predominante foi N-NH4+ e que os teores de C orgânico e do CBM (carbono da biomassa microbiana) variaram de 2,78 a 12,32 g kg-1 e de 43,39 a 401,06 µg g-1 solo, respectivamente. A RA (respiração acumulada do solo) foi de 14,57 a 79,42 µg g-1 solo e o qCO2 (quociente metabólico) de 862 a 8026 µg g-1 h-1 . O CBM foi também afetado significativamente pela época de amostragem, ao contrário dos teores de C orgânico e N total. As regressões lineares simples do teor de N-NO3-, C orgânico, N total, CBM e NBM com o teor de argila permitiram um modelo preditivo que explicasse a variação destes atributos nos diferentes municípios. A umidade atual do solo explicou 87% da variação dos teores de N-NO3- e de N total; em torno de 71% do C orgânico e de 48 e 55% da variação do CBM e NBM, respectivamente. As regressões simples do N-NO3- com o CBM ou NBM apresentaram baixa capacidade preditiva, porém, quando conjugadas com os teores de C orgânico ou N total, por meio de regressão linear múltipla, aumentaram a capacidade preditiva da mineralização do N.
Highlights
A biomassa microbiana é um compartimento da matéria orgânica do solo diretamente influenciado por fatores bióticos e abióticos, sendo, portanto, sensível às mudanças ocorridas no sistema. Parton et al (1989), em estudos sobre a dinâmica da matéria orgânica do solo, consideraram três frações
OCeoN da biomassa microbiana (CBM e nitrogen in microbial biomass (NBM), respectivamente) foram significativamente influenciados pela época de amostragem, ao contrário dos teores de C orgânico e N total (Quadros 4 e 5)
Alteração mais sensível dos teores de CMB em relação à matéria orgânica foi também detectada por Matsuoka et al (2003), ao compararem diferentes sistemas de cultivo e vegetação nativa no Cerrado, observando que as reduções nos teores de C da biomassa microbiana/C orgânico (CBM) foram mais acentuadas
Summary
Amostras de solo foram coletadas em plantios comerciais de eucalipto com idade de sete anos, em cinco municípios brasileiros: Aracruz-ES (A), Guanhães-MG (G), Luís Antônio-SP (L.A), Lençóis Paulistas-SP (L.P) e Três Marias-MG (T.M). As amostras de solo foram armazenadas a 4 °C (Wardle, 1992) por um período de 15 dias até à época das análises. As amostras foram incubadas, por cinco dias, em recipientes que continham um frasco com água e outro com NaOH 1 mol L-1, para capturar o CO2 liberado do solo. Foi feita a padronização da umidade, até atingir os equivalentes de umidade respectivos de cada um dos solos. As espécies de eucalipto plantadas, as classes de solo e alguns dados climáticos de cada região encontram-se no quadro 1. O C orgânico foi determinado por oxidação com K2Cr2O7 0,4 mol L-1 e N total pelo método Kjeldahl, conforme descrito em Embrapa (1979) (Quadro 2). A análise granulométrica foi feita pelo método da pipeta (Embrapa, 1979) (Quadro 3). Classificação dos solos, espécies de eucalipto e características climáticas de cada região estudada
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