Abstract

Este artigo propõe uma interpretação do Eterno Retorno a partir da função que ele exerce em relação aos objetivos do pensamento de Nietzsche. Ou seja, busca-se seu sentido no contexto do projeto do filósofo de transformação da cultura européia. Não se formula, pois, uma teoria nietzschiana sobre a essência verdadeira do tempo que se confrontaria com a concepção metafísica do tempo linear. Portanto, o Eterno Retorno não pretende ser um enunciado dirigido ao entendimento, mas sim, ser a expressão de um desafio e tarefa para a vontade. Assim, ainda que a doutrina do Retorno possua a forma de uma representação teórica, o decisivo não é sua validade ou verdade enquanto teoria, mas sim, seu valor enquanto fórmula da mais alta afirmação da vida e como instrumento necessário de seleção.

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