Abstract

A localização de cisticercos no recesso lateral da cisterna pontina poderá levar à constituição de uma síndrome do ângulo pontocerebelar, simulando eventualmente um neurinoma do acústico. São revistos os casos dessa forma clínica de neurocisticercose descritos na literatura. O problema do diagnóstico diferencial com os tumores (neurinomas) do acústico é discutido sob os pontos de vista clínico e radiológico. Os autores apresentam 7 casos de cisticercose do ângulo pontocerebelar. O diagnóstico etiológico foi estabelecido pela positividade da reação de fixação do complemento para cisticercose no liqüido cefalorraqueano em 5 casos e, em 2, pela cirurgia e/ou necropsia. Em todos os pacientes havia sintomas de lesão coclear, bilaterais em 2; lesão vestibular foi comprovada em 4 casos. Em 6 pacientes ocorreram sinais indicativos de lesão unilateral do nervo trigêmeo. Comprometimento do nervo facial foi observado em 4 casos. Existia faringoplegia em 3 casos e estrabismo interno em 2. Em 3 casos não foram observados sinais cerebelares, o que faria com que o diagnóstico propendesse para o de tumor do acústico, não fôssem outras características clínicas e subsidiárias. A síndrome de hipertensão intracraniana era nítida em 5 pacientes. Convulsões ocorreram em 2 casos. A propósito do resultado dos exames radiológicos, os autores salientam que, num dos casos, foi verificada amputação da ponta do rochedo ipsolateral à síndrome do ângulo pontocerebelar; outros comemorativos do caso levaram, porém, a rejeitar a hipótese de tumor (neurinoma) do acústico, tendo a cirurgia comprovado o acêrto do diagnóstico clínico.

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