Abstract

A partir das manifestações de protesto globais contra as alterações climáticas, que constituíram uma causa comum, a questão que se coloca é em que medida se assiste à emergência de um “espaço comum”, para a formação do qual contribuem as possibilidades comunicacionais e de mobilização trazidas pelas conexões digitais. Os conceitos de espaço comum tópico e metatópico (Taylor) e de relações “atópicas” (Di Felice) nos contextos digitais são examinados e aplicados às manifestações. As redes digitais tiveram um papel importante nas mobilizações e estas criaram um “espaço comum tópico” em coexistência com relações digitais atópicas. Considera‑se que há a formação de uma “atenção conjunta” e de uma causa comum global. Assim como há condições para a formação do comum, na atualidade, com intervenção do ativismo em rede, o que permite pensar o “espaço comum” – e será esse o maior contributo deste artigo – nessa ecologia relacional.

Highlights

  • Os acontecimentos que têm sido analisados à luz do uso das redes sociais digitais, tais como as revoluções árabes de 2010-2011 em diante, Geração à rasca (em Portugal, 2011), Occupy Wall Street a partir de Nova Iorque para outras cidades no mundo (em 2011), Movimiento 15-M ou Indignados (em Espanha, 2011), Que se lixe a Troika (em Portugal, 2012 e 2013), manifestações e ocupações da praça Taksim e do parque Gezi (em Istambul, 2013), mobilizações públicas na Bulgária (em 2013), Não vai ter Copa (no Brasil, 2014), a Revolução da Dignidade (na Ucrânia, 2014) e outros, são casos de hibridez e transição da DNA (de matriz individual) à copresença física e à ação coletiva

  • Encerro com a observação que o comum (e, porventura, o social) está a ganhar uma nova expressão (e inteligibilidade) e que as relações locais e globais ou planetárias, tecnológicas, digitais e interpessoais, apesar da padronização, da pluralidade de estilos de vida e das diferenças culturais, 30 “Juntos vamos construir um mundo justo, igualitário e livre de combustíveis fósseis”; “Mobilizações recentes pelo clima demonstraram que temos o poder da participação popular para solucionar a crise climática e acabar com a era dos combustíveis fósseis”

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Summary

Introduction

Os acontecimentos que têm sido analisados à luz do uso das redes sociais digitais, tais como as revoluções árabes de 2010-2011 em diante, Geração à rasca (em Portugal, 2011), Occupy Wall Street a partir de Nova Iorque para outras cidades no mundo (em 2011), Movimiento 15-M ou Indignados (em Espanha, 2011), Que se lixe a Troika (em Portugal, 2012 e 2013), manifestações e ocupações da praça Taksim e do parque Gezi (em Istambul, 2013), mobilizações públicas na Bulgária (em 2013), Não vai ter Copa (no Brasil, 2014), a Revolução da Dignidade (na Ucrânia, 2014) e outros, são casos de hibridez e transição da DNA (de matriz individual) à copresença física e à ação coletiva.

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