Abstract

Entre o final dos anos 1980 e início dos anos 1990, a América do Sul foi palco de uma sistemática implantação de políticas neoliberais, impostas pelas instituições de Bretton Woods. Como alternativa para uma melhor inserção nos mercados internacionais, por meio da liberalização econômica multilateral, Brasil e Argentina lideraram um movimento de aproximação que culminou na criação do Mercado Comum do Sul (Mercosul), em 1991. Assim, diante da necessidade de melhor compreender o processo de construção do bloco econômico sul-americano, esse trabalho tem por objetivo apresentar reflexões quanto ao que foi o neoliberalismo na América do Sul, como esse se materializou na Política Externa dos países da região e, consequentemente, definiu e caracterizou o Mercosul.

Highlights

  • Between the late 1980s and early 1990s, South America was the scene of a systematic implementation of neoliberal politics imposed by the Bretton Woods institutions

  • As an alternative for a better integration into international markets through multilateral economic liberalization, Brazil and Argentina led an approaching movement that culminated in the Southern Common Market (Mercosur) in 1991

  • Given the need to understand the construction of the South American trade bloc, this work aims to present some thoughts and remarks of what was neoliberalism in South America, how this materialized in foreign policy of the countries in the region and defined and characterized Mercosur

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Summary

INTRODUÇÃO

A maioria das disposições contidas no Tratado de Assunção versa sobre questões econômicas, principalmente as referentes à liberalização comercial, ou seja, a ênfase do processo de integração regional está sobre os assuntos econômicos definitivamente em uma ótica “neoliberal”. (OLIVEIRA, 2003, p.71). Trata-se de um ataque apaixonado contra qualquer limitação dos mecanismos de mercado por parte do Estado, denunciadas como uma ameaça letal à liberdade, não somente econômica, mas também política. E como reafirma Perry Anderson: Hayek e seus companheiros argumentavam que o novo igualitarismo (muito relativo, bem entendido) deste período, promovido pelo Estado de bem- estar, destruía a liberdade dos cidadãos e a vitalidade da concorrência, da qual dependia a prosperidade de todos. Somadas à estrutura econômica deficiente e fragmentada da região, marcada pela industrialização tardia, pelo subdesenvolvimento e pela inserção periférica no sistema internacional, acarretaram no processo de ampliação da concentração de renda e das desigualdades sociais e, ainda, no surgimento do que Borón (1998) chama de neoconservadorismo político, que seria uma expressão do neoliberalismo econômico. Política e Ideologicamente, todavia, o neoliberalismo alcançou êxito num grau com o qual seus fundadores provavelmente jamais sonharam, disseminando a simples ideia de que não há alternativas para os seus princípios, que todos, seja confessando ou negando, tem de adaptar-se a suas normas. (ANDERSON, 1998, p. 23)

A POLÍTICA EXTERNA DE ARGENTINA E BRASIL
A CONSTRUÇÃO DO MERCOSUL
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