Abstract

O presente artigo propõe-se a erigir um conceito de natureza imanente e paradoxal que dê sustento às práticas da psicologia social de desnaturalização das configurações sociais. A partir da problematização da natureza em autores fundamentais da filosofia, Aristóteles e Rousseau, elabora-se uma nova concepção de natureza desnaturada e livre das amarras das representações essencialistas e totalizantes do humanismo clássico e iluminista. Afirmando outra possibilidade de homem e humanidade para além da clausura de sua própria representação ideal e analítica, o conceito de natureza aqui erigido impede o esvaziamento das práticas de desnaturalização em slogan, ao fornecer para essa prática um substrato ontoepistêmico adequado às suas desmesuras ao humano. Abre-se então a possibilidade de operar conceitos fluidos como o de subjetivação e devir ao invés do de identidade e estado.

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