Abstract

From the systemic discursive analysis (Falmagne, 2004) of interviews with two women with a past history of involvement in drug trafficking in slums in Rio de Janeiro, the present work has the goal of understanding the ways in which joining a traditional male criminal activity had represented to participants the possibility to differentiate themselves from women around them. As members of a socially marginalized group (of poor and usually black women), participating in drug trafficking had given these women a power that is often recognized as male property. Analyses show that the power as drug trafficker had been almost always exerted over other women. The distance from “common women” and the consequent approximation to the male world represented by drug trafficking had moved these women away (even if temporarily) from the social invisibility that characterizes women’s lives in urban peripheries. Key words: female criminality, invisibility, gender.

Highlights

  • O ingresso de jovens de camadas mais pobres brasileiras na rede do tráfico de drogas como estratégia de fuga da invisibilidade social e da falta do sentimento de pertença que marcam suas vidas tem sido discutido na literatura (Cruz Neto et al, 2001; Pereira, 2009)

  • Mais de 50% das mulheres entrevistadas nos estudos de Zaluar, por exemplo, descrevem seus papéis no tráfico como subordinados ou secundários, apesar de essa conotação crítica não ser necessariamente verbalizada de maneira explícita pelas mesmas

  • Tais estudos têm como objetivo descrever a trajetória de vida de duas mulheres envolvidas no tráfico de drogas em favelas cariocas, especialmente no que se refere à construção de suas identidades através da afirmação do poder e de status tradicionalmente associado aos homens criminosos

Read more

Summary

Mariana Barcinski

Através da análise discursiva sistêmica (Falmagne, 2004) de entrevistas com duas mulheres com histórias passadas de envolvimento na rede do tráfico em favelas do Rio de Janeiro, o presente artigo tem como objetivo entender a forma como a entrada em uma atividade criminosa primordialmente masculina representou para as participantes a possibilidade de se diferenciar de outras mulheres ao seu redor, construindo suas identidades como “mulheres especiais” em suas comunidades. A análise evidencia que o poder como traficante fora exercido quase que exclusivamente sobre outras mulheres. A distância de “mulheres comuns” e a simultânea aproximação ao mundo masculino representado pelo tráfico de drogas, retiraram (mesmo que temporariamente) as participantes da invisibilidade social que caracteriza a vida de mulheres em periferias urbanas.

Mulher e criminalidade
Mulheres no tráfico de drogas
Análise dos dados
Ser reconhecida como bandida
Ser uma mulher diferente
Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call