Abstract

Na busca por conhecer o impacto da política de humanização ao parto e nascimento, para mulheres e profissionais de saúde, foi realizada uma pesquisa qualitativa, tomando como referencial metodológico a Análise de Conteúdo e os dados coletados por meio de entrevistas individuais. Os resultados, analisados à luz da Bioética Feminista, apontam que as mulheres vivenciam o processo parturitivo com a sensação de medo e desconhecimento do mesmo; e a humanização, nesse momento, significa submeter-se às ações intervencionistas a elas dirigidas, colocando-as em situação de extrema vulnerabilidade. Os profissionais verbalizam a existência de uma hierarquização nas relações, entre eles e as mulheres, que delimita o espaço social e de saberes. Ficou evidente a falta de comunicação na assistência dispensada por eles às mulheres. O resgate da autonomia feminina frente ao processo parturitivo e a transformação nas relações interpessoais e profissionais são aspectos relevantes vinculados às mudanças propostas pela Política de Humanização.

Highlights

  • WOMEN AND HEALTH CARE PROFESSIONALS: THE ROLE OF CULTURAL IMAGINATION IN THE HUMANIZATION OF DELIVERY AND CHILDBIRTH

  • Os profissionais verbalizam a existência de uma hierarquização nas relações, entre eles e as mulheres, que delimita o espaço social e de saberes

  • The data was collected by means of individual interviews

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Summary

DESVELANDO AS PERCEPÇÕES DE MULHERES

Pôde-se apreender que a percepção das mulheres sobre seus corpos e o processo parturitivo contribui para colocá-las em situação de vulnerabilidade. Se não está claro para as mulheres quais seriam seus direitos e como elas podem reivindicá-los, fica difícil transpor a lacuna que lhes permitiriam o exercício da autonomia e o poder de decisão. Os “serviços e profissionais detêm o poder de argumentação que pode se traduzir em formas de opressão e controle, uma vez que a falta de conhecimento por parte das mulheres sobre seu corpo, os processos reprodutivos e sua própria sexualidade as colocam em situação de vulnerabilidade”.8:166 Vêem-se, então, destituídas do poder decisório, o que limita e impede a expressão de sua vontade. Essa condição provoca nas mulheres uma dissociação, isto é, a separação ou desagregação do que acontece com elas, como cidadãs, e com seus corpos, durante o processo parturitivo. Essa situação foi apreendida pelas verbalizações nas quais se destaca a desinformação gerada pela falta de conhecimento do processo parturitivo e de seus direitos

DESVELANDO AS PERCEPÇÕES DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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