Abstract

O carbono orgânico do solo (COS) contribui para melhorar as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo e para o fornecimento de bens e serviços vários, de aprovisionamento, regulação ou suporte, que interferem na saúde e bem-estar humano. Com o presente estudo pretende-se analisar os processos sucessão vegetal, na sequência do abandono agrícola, e a respetiva influência na variação do carbono orgânico na camada edáfica superficial, na parte meridional da Beira Transmontana. Os resultados mostram que o processo de abandono agrícola se traduz num aumento do teor de COS, pouco relevante quando coberto vegetal é incipiente, dominado por comunidades herbáceas, mas mais do que duplica quando se verifica a instalação de comunidades arbustivas ou de carvalhal ainda em fase de recuperação (+ 139% e 108%, respetivamente, face aos solos com culturas arvenses de sequeiro). Apesar deste acréscimo de carbono no solo, estas comunidades só contêm aproximadamente metade do valor apurado para o carvalhal representativo da vegetação autóctone. Assim, a gestão adequada do solo, na sequência do abandono, pode constituir, uma boa opção para melhorar a sua qualidade e estratégia para o sequestro do carbono.

Highlights

  • As mudanças nos quantitativos de C no solo, após o abandono de terras agrícolas, têm sido estimadas através de estudos de cronosequências, comparando o C no solo em terras agrícolas e em terras abandonadas, em diferentes estádios de sucessão vegetal, preferencialmente em estádios estacionários em termos de carbono orgânico dos solos (COS) (Saiano et al, 2013; LaMantia et al, 2013; Novara et al, 2014, Novara et al, 2017)

  • Este incremento resulta do significativo acréscimo dos meios seminaturais, dominados por comunidades arbustivas, cuja expansão se deve principalmente ao abandono dos campos de cultivo, que concentram em média mais carbono orgânico nos 20 cm superficiais do solo quando comparados com os solos agrícolas

  • A method for assessing carbon stocks, carbon sequestration, and greenhouse-gas fluxes in ecosystems of the United States under present conditions and future scenarios

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Summary

Introdução

Definidas como a capacidade dos ecossistemas em fornecer bens e serviços que satisfaçam, direta ou indiretamente, as necessidades humanas, são inúmeras as funções associadas às paisagens (MEA, 2005; TEEB, 2010; De Groot et al, 2010). O carbono orgânico do solo desempenha importantes funções e contribui de forma decisiva para melhorar as propriedades físicas, químicas e biológicas do solo e, por conseguinte, o fornecimento de bens e serviços vários, quer de aprovisionamento, quer de regulação ou de suporte, que interferem na saúde e bem-estar humano, na estreita dependência das características físicas, químicas e biológicas dos solos. A mudança no uso e coberto vegetal do solo é um dos principais motores bióticos da dinâmica do carbono orgânico dos solos (COS) em diferentes domínios espaciais (Zhu et al, 2010; Smith et al., 2015; Wasak & Drewnik, 2015) embora outros fatores abióticos como a textura do solo, a topografia e o clima também possam influenciar significativamente a sua distribuição (Nadal-Romero et al, 2014; Oertel et al, 2016). Com o presente estudo pretende-se analisar as mudanças no uso e coberto vegetal do solo na parte meridional da Beira Transmontana, avaliar os processos de sucessão vegetal na sequência do abandono agrícola e a respetiva influência na variação do carbono orgânico dos solos, nos 20 cm superficiais

Breve enquadramento físico do “Planalto da Beira Transmontana”
Mudanças recentes no uso e coberto vegetal dos solos
Metodologia
Determinação do carbono nos solos
Variação do COS em profundidade e nas diferentes etapas de sucessão vegetal
Discussão
Findings
Conclusão
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