Abstract

Resumo O artigo se lança à difícil tarefa de realizar uma dura crítica interna. Diante do conhecimento disponível sobre as mudanças climáticas, o campo marxista tem demonstrado profunda reticência em soar o alarme do risco existencial. Essa paralisia traduz-se na reprodução de uma práxis pulverizada, enrijecida, pouco ambiciosa e que se satisfaz com sucessos parciais e pequenos avanços. Argumenta-se ao longo do texto que mesmo essa concepção modesta de “sucesso parcial” ou “pequenos avanços” é insustentável no quadro geral dos desafios climáticos diante da humanidade. Para construir o raciocínio, estabeleço três pontos de diálogo com os posicionamentos dos ecossocialistas: (i) a vocação espontaneamente emancipatória e ecológica das lutas populares, (ii) o potencial transformador do acúmulo sistemático de pequenos avanços e reformas e (iii) a possibilidade de “ganhar tempo” via pequenos avanços e reformas. Por fim, a última seção aborda o perigo do efeito desmobilizador diante do reconhecimento explícito das transformações climáticas que afetarão dramaticamente a humanidade nas próximas décadas.

Highlights

  • Climate change and the role of ecosocialists: the abandonment of geological voluntarism The article sets out the difficult task of performing a rigorous internal critique

  • Isso se manifesta claramente na calibragem do entendimento científico e da linguagem empregados na Fifth Assessment Report (AR5)

  • O tipo de posicionamento que criticamos nesta seção encontra ainda espaço em nosso campo porque falta uma noção clara da possibilidade de a atividade humana já ter desestabilizado de maneira irreversível o sistema climático que propiciou as condições ecológicas sobre as quais nossa espécie surgiu e floresceu, e de já estarmos em meio a mudanças climáticas abruptas que desafiarão nossa capacidade de adaptação no curto prazo

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Summary

Introduction

Climate change and the role of ecosocialists: the abandonment of geological voluntarism The article sets out the difficult task of performing a rigorous internal critique. É ainda possível sustentar que esse entrelaçamento entre condições materiais e sociais da vida dos trabalhadores, sua pauta de reivindicações e os meios exigidos para sua realização opera no sentido de produzir, paulatinamente, uma moral conservadora, não emancipatória.

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