Abstract
Resumo: Os movimentos sociais rurais têm sido foco de vários estudos que apontam para o seu papel ativo na luta por direitos dos grupos excluídos dentro da sociedade brasileira. Através de ações coletivas, agem como resistência à exclusão e provocam novas dinâmicas sociais no campo. Partindo da concepção teórica de novos movimentos sociais apresentada por Alain Touraine, este artigo se propôs a mapear e a discutir o estado da arte referente a teses e dissertações sobre movimentos sociais rurais. Adotamos os períodos compreendidos entre 2002 a 2014 para o mapeamento das teses e dissertações e 1980 a 2015 para as análises das temáticas relativas aos movimentos sociais rurais. Utilizou-se, para a realização das análises, o software Alceste (Análise Lexical por Contexto de um Conjunto de Segmentos de Texto). Os resultados mostraram que o período posterior a 2003 marcou a passagem do viés combativo para a rotinização dos movimentos sociais, tendo as contestações sociais se deslocado do mundo do trabalho para a vida cotidiana, com uma pluralidade de demandas materiais e simbólicas que giraram em torno do reconhecimento de identidades e do modo de vida camponês, evidenciando-se a politização dos costumes e práticas relativos ao modo de vida tradicional.
Highlights
Resumo: Os movimentos sociais rurais têm sido foco de vários estudos que apontam para o seu papel ativo na luta por direitos dos grupos excluídos dentro da sociedade brasileira
Especificamente, a emergência dos movimentos sociais rurais, no Brasil, enfatizando as transformações sociais no campo que têm incidido tanto através da luta por terra quanto nas valorações estabelecidas aos trabalhadores rurais (TOURAINE, 2003; MELUCCI, 2001)
Segundo Deere (2004), a falta de interesse dos movimentos sociais, principalmente no período de 1989 a 1993, em permitir o acesso formal da mulher à terra, se deve, em grande parte, à própria visão que os mesmos fazem da luta das mulheres, pois entendem que a sua participação pode provocar uma divisão do movimento e abalar os interesses coletivos
Summary
Vários estudos têm apontado para o papel ativo dos movimentos sociais na luta por direitos e garantias de grupos excluídos dentro da sociedade brasileira. Especificamente, a emergência dos movimentos sociais rurais, no Brasil, enfatizando as transformações sociais no campo que têm incidido tanto através da luta por terra quanto nas valorações estabelecidas aos trabalhadores rurais (TOURAINE, 2003; MELUCCI, 2001). É com base nestas reflexões que o presente estudo se propôs a mapear e discutir o estado da arte das teses e dissertações sobre os movimentos sociais rurais no período de 2002 a 2014, a fim de identificar as problemáticas, metodologias e referenciais teóricos que estão mais presentes nas investigações sobre esta temática. Este estudo tem o objetivo de apresentar o estado da arte em torno da produção acadêmica discente dos programas nacionais de pós-graduação stricto sensu, expressa em teses de doutoramento e dissertações de mestrado, a fim de analisar a percepção que a academia vem manifestando acerca dos movimentos sociais no campo, no Brasil, especificamente, na última década. Tal demarcação temporal foi adotada em função dos anos 2000 manifestarem características mais adaptativas do que contestatórias em relação ao status quo vigente
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