Abstract

Frutos secos predominam entre as espécies de Apocynaceae, especialmente aqueles do tipo folículo, apontado na literatura para Aspidosperma parvifolium A.DC., Mesechites mansoana (A.DC.) Woodson e Prestonia coalita (Vell.) Woodson. Frutos fechados e abertos destas espécies foram examinados anatomicamente com o objetivo de confrontar suas características com aquelas de outras espécies da família. Constatou-se que os frutos de P. coalita são cápsulas bicarpelares septicidas, significando a presença de dois tipos de frutos neste gênero, em lugar de apenas um, como se pensava anteriormente. Cápsulas podem estar presentes em outras espécies de Prestonia e em outros gêneros da família relatados como tendo folículos. Para Apocynaceae, alguns caracteres taxonômicos devem ser considerados, como espessura e número de camadas das regiões e sub-regiões do pericarpo; presença de aerênquima, esclereídes, fibras longitudinais não-lignificadas ou idioblastos secretores no mesocarpo; posicionamento dos feixes vasculares no mesocarpo; espessura do endocarpo e orientação de suas fibras; presença de costas internas no pericarpo. Adicionalmente, discutiu-se sobre o papel das costas internas do pericarpo e das fibras não-lignificadas do mesocarpo para o mecanismo xerocástico. Desenvolveu-se um teste de desidratação total para determinar a curvatura máxima do pericarpo, relacionando as implicações com a deiscência.

Highlights

  • ABSTRACT – (Morphoanatomy of dry fruits in Apocynaceae species: ecological and evolutionary significance)

  • A partir do presente estudo morfo-anatômico, destacam-se os seguintes caracteres do fruto como úteis na taxonomia de Apocynaceae s.l.: simetria, número de regiões no meso e endocarpo; epicarpo uni ou pluriestratificado; lenticelas contrastantes ou não; camadas subepidérmicas formadas por colênquima ou hipoderme secretora; espessura do mesocarpo, com ou sem aerênquima, com ou sem esclereídes, com ou sem fibras não-lignificadas em bainhas dos feixes vasculares ou em anel; espessura do anel de fibras nãolignificadas; presença ou não de idioblastos secretores no mesocarpo; quantidade e diâmetro dos laticíferos; feixes vasculares posicionados no mesocarpo externo, mediano ou interno; espessura do endocarpo e seu número de camadas, conforme a orientação de suas fibras; espessura das costas internas do pericarpo

  • Interpreta-se que A. parvifolium apresenta estados de caracteres do pericarpo que ilustram o plesiomorfismo entre os frutos secos de Apocynaceae s.s., enquanto que P. coalita reúne diferentes estados apomórficos, tais como fruto capsular e actinomórfico, com redução da espessura do pericarpo, fibras longitudinais não-lignificadas dispostas em um anel largo no mesocarpo, redução do floema externo, supressão do endocarpo externo formado por fibras longitudinais, restrição das fibras longitudinais do endocarpo à zona sutural, sutura constituída por tecido homogêneo e sem epiderme diferenciada, inserção das placentas na zona de deiscência e sua liberação no momento em que o fruto se abre

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ABSTRACT – (Morphoanatomy of dry fruits in Apocynaceae species: ecological and evolutionary significance).

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