Abstract

RESUMO As questões multiculturais e multilinguísticas são elementos essenciais na comunicação cotidiana em decorrência da crescente internacionalização. Dessa forma, ao mesmo tempo em que os espaços e as possibilidades para o uso autorizado das línguas maternas e estrangeiras tornam-se objetos de pesquisa e temas relevantes para cursos de formação de professores, as convenções de uso e a diversidade reafirmam sua importância nos processos comunicativos, e as competências linguístico-comunicativas consolidam-se como ferramentas inalienáveis na formação profissional. Este artigo avalia a complexidade desses novos contextos e como a aprendizagem de línguas dialoga com novas formas de saber, saber fazer, saber ser e saber aprender. Trata-se de um estudo exploratório, baseado nas experiências dos autores com ensino, pesquisa e gestão, e decorrente das reflexões suscitadas por nossas apresentações individuais no VII Simpósio Mundial de Estudos da Língua Portuguesa, realizado em agosto de 2019 em Porto de Galinhas, Pernambuco. O objetivo é problematizar a internacionalização em três âmbitos específicos, a saber: nos modos de comunicação destacados no Quadro Comum Europeu; no ensino de língua para fins específicos e nas políticas educacionais para o século XXI. Ao final da abordagem teórica, discute-se como a gestão de projetos pedagógicos relacionados à internacionalização - português para falantes de outras línguas ou outras línguas para falantes de português - pode contribuir para promover práticas responsivas às questões profissionais e educacionais do século XXI.

Highlights

  • As mudanças sociais contemporâneas aceleram-se sobretudo a partir dos anos 1990, quando o uso da tecnologia passa a dominar diversos sistemas de produção e reconfigura praticamente todas as profissões

  • No Common European Framework of Reference (CEFR) a interação é definida como processo em que pelo menos dois indivíduos participem em trocas orais ou escritas, com alternância entre produção e recepção, caracterizado pelo revezamento de turnos e cujo papel é central na comunicação

  • Disponível em: http:// www.abed.org.br/congresso2016/traba-lhos/268.pdf Acesso em 2 maio 2019

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Summary

OS QUATRO MODOS DE COMUNICAÇÃO NO QUADRO COMUM EUROPEU

O potencial da avaliação para gerar mudanças no planejamento e na execução de ações de ensino, incluindo as características de materiais didáticos, é destacado na literatura especializada (ALMEIDA FILHO, 2013; 1993; SCARAMUCCI, 2004). Esta seção tem como finalidade apresentar uma resenha crítica dos quatro modos de comunicação destacados no Quadro Comum Europeu (CEFR): recepção, produção, interação e mediação. Apesar de haver coincidência dos termos internacionalização e CEFR, há diferença substancial ao comparar tal relato com o presente artigo: (1) como já foi observado, o texto de Cani e Santiago não faz referência à publicação mais recente do Conselho da Europa (COUNCIL OF EUROPE, 2018); (2) há duas ocorrências da palavra interação no trabalho de Cani e Santiago, sem qualquer relação explícita com o conceito de modo de comunicação, que configura tema central no presente artigo; (3) não ocorrem, em Cani e Santiago, tampouco os termos mediação ou modo de comunicação. Dada a atuação de inúmeros especialistas e organizações no aprimoramento dessa referência, destaca-se a importância de conhecê-la com propriedade, avaliar em que medida iniciativas locais podem ser pautadas em experiências internacionais e, possivelmente, contribuir para que todas sejam debatidas amadurecida e respeitosamente

Escopo e terminologia no CEFR
Propostas para reflexão
REFERENCIAIS E DIRETRIZES NA REALIDADE PROFISSIONAL DO SÉCULO XXI
POLÍTICAS EDUCACIONAIS PARA O SÉCULO XXI
Letramento digital nas escolas
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