Abstract

A mobilidade humana produz mudanças nas diversas esferas da vida dos indivíduos incluindo as suas relações familiares à distância. Novas formas de manter a ligação entre membros da mesma família dão origem a modos diferenciados de conjugalidade, parentalidade e cuidados aos membros mais vulneráveis como as crianças. A partir de entrevistas realizadas em Angola, junto de profissionais da educação, nomeadamente professores e diretores de escolas, este artigo procura destacar as representações desses profissionais sobre os efeitos da distância geográfica entre pais e crianças/jovens/alunos.
 Será realçado os impactos da separação dos pais é das crianças em termos de aproveitamento escolar e educação. A análise das entrevistas argumentadas por género e categoria social dos alunos revela as representações sociais dos educadores escolares sobre as dinâmicas familiares e os seus efeitos na educação escolar das crianças e devolve-nos uma imagem da cultura organizacional da família à distância e da educação na Angola contemporânea que parece considerar a mobilidade humana maioritariamente nas suas consequências negativas para a educação das crianças. As entrevistas fazem parte de um conjunto de dados originais recolhidos junto de observadores privilegiados do grupo alvo de um projeto do ICS-UL (Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa) no contexto migratório Portugal/Angola, sobre cuidados transnacionais a crianças.

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