Abstract

Resumo Nesta pesquisa, conduzimos uma análise retórica com o objetivo de explorar os mecanismos de desengajamento moral utilizados pela Samarco no caso do crime ocorrido com a quebra de uma barragem sob sua administração, em novembro de 2015, em Minas Gerais. O corpus de pesquisa submetido à análise retórica constitui-se de publicações contendo declarações da empresa e de seus representantes sobre o caso em questão. Como resultados, mostramos que a Samarco utiliza-se de três mitos na sua retórica: (a) Nós estamos fazendo o que deve ser feito; (b) Nós não colocamos a sociedade e o meio ambiente em risco; e (c) A culpa não é nossa. Esses três mitos são recursos representativos do desengajamento moral (Bandura, 1999) da empresa para cometer um crime corporativo. Nossa análise identificou três mecanismos: deslocamento de culpa; minimização e distorção das consequências; e rotulagem eufemística.

Highlights

  • In this research, we conducted a rhetorical analysis in order to explore the moral disengagement mechanisms used by Samarco regarding the case of the crime that occurred related to the collapse of a dam under its management in November 2015, in Minas Gerais

  • Partindo da premissa de que as corporações se orientam para justificar suas condutas transgressoras, esta pesquisa busca responder à seguinte questão: de que modo as empresas e as instituições envolvidas em casos como o da Samarco buscam dissuadir a sociedade quanto à sua responsabilidade em situações de transgressão ambiental?

  • Moral disengagement in sport and rule transgression of athletes

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Summary

Mecanismos de Desengajamento Moral para o Crime Corporativo

Em 05 de novembro de 2015, o rompimento de uma barragem de rejeitos de mineração nos municípios de Mariana e Ouro Preto resultou na avalanche de toneladas de lama, tirou vidas, destruiu o distrito de Bento Rodrigues, provocando prejuízos inestimáveis no meio ambiente, para além da região. No caso da Samarco, a análise retórica permitiu reconhecer que a empresa procura influenciar o público de modo a construir uma realidade (Berger & Luckmann, 2005) favorável a ela, por meio de mecanismos de desengajamento moral. Contribuímos para o campo dos estudos organizacionais ao colocar o crime corporativo como parte das operações da empresa, isto é, localizamos esse fenômeno no decurso das operações da empresa em busca de benefícios de ganhos e lucros, não podendo ser visto simplesmente como um acidente ou tragédia, mas, sim, como algo que acontece, também, por razões operacionais, como falhas no monitoramento, equipamentos com defeitos, estruturas insuficientes, entre outros. Moral disengagement in science and business students: An exploratory study

Journal of Education for
Academy of Management
Folha de
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