Abstract

Pouco se conhece sobre os atributos mineralógicos e químicos dos solos da região do Alto Solimões, em comparação aos solos do Médio e Baixo Amazonas, mais estudados. No Alto Solimões, pela maior proximidade do ambiente andino, há maior possibilidade de enriquecimento dos solos. Este trabalho teve por objetivo ampliar o conhecimento dos solos dessa região por meio da caracterização de atributos mineralógicos e químicos de três solos de uma toposseqüência na região de Benjamin Constant (AM), próximo à fronteira Brasil-Peru. Tais solos situam-se das partes mais elevadas até a várzea, sendo classificados como Argissolo Amarelo Ta alumínico abrupto, Plintossolo Argilúvico alumínico abrúptico e Neossolo Flúvico Ta eutrófico. Os resultados mostram que estes solos possuem maior riqueza de nutrientes e de minerais alteráveis, com menor grau de intemperismo, em comparação aos solos mais bem drenados da parte oriental da Amazônia, derivados de sedimentos mais antigos ou de rochas cristalinas. Os baixos teores de Fe e Mn no Plintossolo em todas as frações analisadas, em comparação aos demais solos da toposseqüência, indicam o predomínio de processos de remoção nesse ambiente, enquanto, no Neossolo Flúvico, a remoção é superada pela deposição de novos sedimentos, possibilitando a ocorrência em teores elevados de Fe e Mn. Os valores de capacidade máxima de adsorção de fosfato são baixos nos horizontes superficiais, tornando-se elevados nos horizontes subsuperficiais mais ricos em argila ou com ocorrência de plintita, podendo representar, em caso de erosão, um fator limitante ao cultivo agrícola.

Highlights

  • As características mineralógicas e químicas dos solos da Amazônia são, em grande parte, ditadas pela natureza do material de origem

  • A fração areia fina foi triturada em almofariz de ágata e as lâminas preparadas em pó e analisadas sob as mesmas condições descritas para a fração silte, porém na amplitude de 4 a 65 °2 θ

  • A ocorrência de hematita nesses solos, com drenagem de moderada a deficiente e, por vezes, sujeitos à inundação, estaria associada à presença de plintita no Plintossolo e no Argissolo Amarelo Ta alumínico, enquanto, no Neossolo, pode representar um componente detrítico presente nos sedimentos transportados e depositados na planície aluvial ou constituir plintita em formação

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Summary

MATERIAL E MÉTODOS

A área de estudo está localizada na bacia sedimentar do Amazonas, sub-bacia do Alto Solimões, no estado do Amazonas, situada dentro do domínio das terras baixas extensivas da Amazônia brasileira (Ab’Sáber, 1996), no município de Benjamin Constant (AM), próximo à fronteira Brasil-Peru. As amostras foram caracterizadas quanto aos seguintes atributos (Embrapa, 1997): granulometria, pelo método da pipeta; pH em água e em KCl 1 mol L-1, em suspensão solo/solução relação 1 g/2,5 mL; Ca2+ , Mg2+ e Al3+, via extração com KCl 1 mol L-1, e quantificação, por espectrometria de absorção atômica (Ca2+ e Mg2+) e titulometria com NaOH (Al3+). Os teores de Fe, Al e Mn na fração argila e na TFSA, via extração por ditionito-citrato de sódio (Coffin, 1963) e por oxalato ácido de amônio (Schwertmann, 1964), e os teores totais de Cd, Cr, Cu, Fe, Mn, Ni e Zn das frações: argila, silte e areia fina solubilizadas por uma mistura de HF + HNO3 + HCl (USDA, 1996) foram quantificados por espectrometria de absorção atômica. A difratometria de raios X da fração argila foi realizada em amostras orientadas, usando-se lâminas de vidro e analisadas de acordo com procedimento descrito por Whittig & Allardice (1986) e USDA (1996). Para identificar os óxidos de Fe presentes na fração argila, essa foi tratada com solução NaOH 5 mol L-1 (Kämpf & Schwertmann, 1982), as lâminas

Sedimentos holocênicos
Composição mineralógica
Características químicas
Areia fina
Neossolo Flúvico Ta eutrófico
Fração areia fina
LITERATURA CITADA
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