Abstract

A mineralização do C de dejetos de suínos e de palhas de cereais é um processo ainda relativamente pouco estudado no Brasil. O objetivo deste trabalho foi avaliar a mineralização do C da palha de aveia, dos dejetos líquidos de suínos e da cama sobreposta de suínos, aplicados na superfície ou incorporados em um Argissolo Vermelho distrófico arênico, em condições de laboratório. Utilizou-se o delineamento inteiramente casualizado, com quatro repetições dos seguintes tratamentos: solo; solo + palha incorporada; solo + palha em superfície; solo + cama sobreposta incorporada; solo + cama sobreposta em superfície; solo + dejetos líquidos incorporados; solo + dejetos líquidos em superfície; solo + palha + dejetos líquidos incorporados; e solo + palha + dejetos líquidos em superfície. Durante 80 dias de incubação, a emissão de CO2 foi medida continuamente. Ao final desse período, observou-se que foram mineralizados 59 % do C dos dejetos líquidos e apenas 23 % do C da cama sobreposta. A incorporação dos materiais orgânicos ao solo não resultou em maior mineralização do C, quando comparado à permanência desses na superfície do solo. O N amoniacal, aplicado com os dejetos líquidos de suínos, não aumentou a mineralização do C da palha de aveia.

Highlights

  • No caso dos dejetos líquidos (DL), a quantidade adicionada foi estabelecida com a finalidade de evitar a saturação do solo pela fração líquida, além de proporcionar uma adição de N mineral de 60 mg kg–1 de solo que, segundo Recous et al (1995), assegura uma condição nãolimitante de N à decomposição de palhas de cereais

  • A mineralização do C da palha de aveia e dos dejetos de suínos foi calculada com base nos dados de C-CO2 medidos em cada data de avaliação

  • A capacidade dos fungos em colonizar os resíduos culturais na superfície do solo e absorverem o N mineral do solo, mediante suas hifas, foi demonstrada por Frey et al (2000), o que pode ter contribuído para diminuir as diferenças encontradas nas quantidades de C mineralizadas entre os tratamentos com palha de aveia em superfície ou incorporada ao solo

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Summary

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi realizado no Laboratório de Microbiologia do Solo e do Ambiente do Departamento de Solos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) – RS. Naqueles tratamentos em que os materiais orgânicos foram acrescentados à superfície do solo, adicionaramse em cada frasco de acrílico, 46,3 g de solo e, após, três mL de água. No caso dos DL, a quantidade adicionada foi estabelecida com a finalidade de evitar a saturação do solo pela fração líquida, além de proporcionar uma adição de N mineral de 60 mg kg–1 de solo que, segundo Recous et al (1995), assegura uma condição nãolimitante de N à decomposição de palhas de cereais. Foram montadas 36 unidades experimentais (9 tratamentos x 4 repetições), onde cada recipiente de acrílico foi acondicionado no interior de um frasco de vidro com capacidade de 800 mL. A mineralização do C da palha de aveia e dos dejetos de suínos foi calculada com base nos dados de C-CO2 medidos em cada data de avaliação. Os resultados obtidos foram submetidos à análise da variância enquanto as médias de tratamentos foram comparadas pelo teste de Tukey a 5 %

Velocidade de mineralização dos materiais orgânicos
Mineralização do C da palha de aveia
Findings
LITERATURA CITADA

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