Abstract

RESUMO O romance O Mestre e Margarida de Mikhail Bulgákov põe em evidência o conflito das diferentes abordagens do problema do "Jesus histórico". A referida obra do escritor e dramaturgo soviético, que se insere em um contexto político e social do stalinismo, é analisada do ponto de vista da apresentação da figura de Cristo como personagem histórica e é contemporizada com publicações sobre a religião, sob ângulos da evolução histórica da sociedade russa e soviética, na época da escrita do romance. Os núcleos separados da análise do conteúdo dos Evangelhos, segundo a narrativa de Bulgákov, ressaltando o crime, o castigo e a vingança, enfatizam a natureza humana de Cristo, seu discurso e seus sentimentos e levam a conclusões sobre uma busca do "Jesus histórico" por meio da literatura soviética.

Highlights

  • Em 2016 completam-se 125 anos do nascimento de Mikhail Bulgákov (1891-1940), escritor e dramaturgo, dos mais brilhantes da literatura russa da época soviética

  • Para este fim, aproveitada a metodologia histórica comparada, com base na qual as informações e os dados extraídos da análise do discurso literário de Bulgákov serão correlacionados com a discussão historiográfica contemporânea da época da escrita do romance

  • Muito embora Jesus tenha sido capaz de perdoar Pedro pela sua covardia, Bulgákov não é capaz de perdoar a si mesmo, nem aos seus contemporâneos por esse abominável pecado, que não os deixa ser completamente livres na Rússia soviética

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Summary

Introduction

Em 2016 completam-se 125 anos do nascimento de Mikhail Bulgákov (1891-1940), escritor e dramaturgo, dos mais brilhantes da literatura russa da época soviética. Porém há uma grande diferença entre as duas primeiras obras e o romance: enquanto Venedíktov e a Diaboliada tratam de fenômenos sobrenaturais e são criações imaginárias, O Mestre e Margarida reabilita, no auge da campanha antirreligiosa soviética, a história evangélica de Jesus, tendo sido escrita na época, quando opiniões em defesa da religião ou mesmo referências religiosas neutras na literatura ou na imprensa poderiam resultar não somente na perda das regalias e do renome literário de autores, como também na condenação ao desterro, à prisão ou à morte.

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