Abstract

A governância e o estudo das migrações internacionais desafiam estudiosos(as) do tema, agentes que atuam com migrantes e refugiados, os pró­prios sujeitos em mobilidade e, especialmente, lideranças de instituições que fazem interface com os fenômenos relacionados aos deslocamentos populacionais. As situações consideradas emergências migratórias se multiplicam, enquanto são ainda escassos os esforços por uma compreensão das migrações como fenômeno estrutural da humanidade e oportunidade para os povos e para os sujeitos que integram os fluxos. Este artigo é uma tentativa de reflexão teológica e pastoral, inspirada na interculturalidade como categoria para a leitura e a análise dos desa­fios e das possibilidades que as migrações internacionais oferecerem e demandam de seus atores, a partir de alguns textos de Raimon Panikkar (1918-2010). O autor compreende a interculturalidade como pensamento e como práxis que incide na qualidade da convivência entre pessoas de culturas e religiões diferentes.

Highlights

  • As migrações fazem com que se encontrem pessoas que são portadoras de culturas, de formas de vida e modos diferentes de ver e viver a realidade

  • Brasília Radio Center Sobrelojas 1 e 2 70719-900 — Brasília DF

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Summary

Visões da realidade

Uma abordagem intercultural ao tema da mobilidade humana internacional demanda que a leitura interpretativa dos fenômenos relativos à imigração e ao refúgio não se reduza a dados estatísticos e à gestão emergencial das situações de risco relacionadas aos fluxos de mobilidade humana. As migrações fazem com que se encontrem pessoas que são portadoras de culturas, de formas de vida e modos diferentes de ver e viver a realidade. Por mais que leis e políticas tentem impedir os deslocamentos populacionais limitando, impedindo ou dificultando a entrada nos países escolhidos como territórios de destino por migrantes e solicitantes de proteção internacional, segundo o estudioso de migrações Douglas Massey, “as tentativas de suprimir os fluxos populacionais que são uma consequência natural da participação dos países nas redes econômicas não terão sucesso; em vez disso, eles apresentarão sérias ameaças aos direitos individuais, às liberdades civis e à dignidade humana” O desafio intercultural rompe com o segmento unidirecional nós-eles, para que também migrantes, dissidentes, gênios ou qualquer categoria de sujeitos considerados diferentes já não sejam culturalmente considerados desiguais por sua singularidade. Na visão de Panikkar, a “interculturalidade nos tira a certeza absoluta, mas nos fortalece na confiança nos outros e, portanto, também em nós mesmos” (2009, p. 303)

Interculturalidade como pensamento e práxis
Interpretações interculturais
Tradução do original em alemão
Percursos interculturais promovidos pela mobilidade humana
A referência citada por Maria Pilar Aquino é
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