Abstract

Microestruturas ósseas e suas relações com a fossilização foram estudadas em elementos esqueletais de indivíduos de Megatheriidae e Toxodontidae (megafauna pleistocênica de Araras, Rondônia), coletados nas décadas de 1970 a 1990, em depósitos fluviais da Formação Rio Madeira. A utilização de técnicas de microscopia (óptica convencional com luz polarizada e eletrônica de varredura) e determinação química (espectrometria de energia dispersiva) revelou o processo de fossilização com predominância de carbono atuando nos espécimes estudados. O processo foi constatado, pela primeira vez, em fósseis de vertebrados pleistocênicos provenientes de depósitos fluviais da Formação Rio Madeira, caracterizado pela presença da matriz amorfa negra em microestruturas ósseas, com atuação do processo de fossilização associada ao carbono, inicialmente em microestruturas de porções compactas ósseas e, em seguida, degradando porções esponjosas dos ossos. Esse processo gerou diferentes estágios de degradação microestrutural, sendo possível, em alguns casos, identificações histológicas detalhadas; em outros, de total degradação, ocorre somente a matriz amorfa negra disseminada. A matriz amorfa negra possui o carbono como constituinte químico predominante com teores de até 90,19%. Além disso, eventos diagenéticos geraram microfissuras na matriz amorfa negra dos canais de Havers e Volkmann (pós-fossilização), bem como nos ósteons (pós-soterramento) e radiais (post mortem).

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