Abstract

RESUMO O geógrafo francês Michel Rochefort (1927-2015) construiu sua trajetória como importante nome do planejamento em seu país. Prova disso é sua longa participação no Comissariat Général du Plan [Escritório Geral de Planejamento], órgão do governo da França, cujos objetivos em muito se assemelhavam aos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, instituição que será um dos pontos nodais de uma relação de Rochefort estabelecida com o Brasil ao longo de cinco décadas. Desse contato do autor com o Brasil, analisar-se-á tão somente a década de 1960, quando o IBGE, municiado das metodologias propostas por Rochefort e por François Perroux, elaborou importantes políticas de subsídios ao planejamento. A despeito das limitações teóricas contidas nos trabalhos do IBGE da década de 1960, as contribuições do Instituto revelaram-se de grande importância para as políticas territoriais ao menos nas duas décadas subsequentes. E Michel Rochefort certamente exemplifica, por meio de sua obra, a inconteste contribuição da geografia francesa para a geografia brasileira nos anos marcados pelo desenvolvimentismo e pelo planejamento como ideia-força.

Highlights

  • French geographer, Michael Rochefort (1927-2015), built his career as an important name in the planning of his country

  • Esse ambiente político-institucional corresponde a uma fase do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na qual Lysia Bernardes torna-se uma figura central no novo Departamento de Geografia do IBG – Instituto Brasileiro de Geografia, ao mesmo tempo em que o crescimento do IPEA e as intenções de Planejamento do Estado coadunam-se ao objetivo central de propor uma nova regionalização do Brasil, cujos fundamentos teóricos fincaram-se em duas referências principais: a teoria dos polos de desenvolvimento de François Perroux e a metodologia de redes urbanas, de Rochefort

  • Em que pesem as dificuldades e deficiências da transposição de seu método para o Brasil, e, na realidade, toda a transferência de teorias de planejamento feita pelos planejadores do regime militar – fartamente criticada por Coraggio (1973) e Santos (2003), os quais apontam para o efeito inverso dos polos de desenvolvimento no território, ao reforçar, externamente, o caráter de dependência em relação aos grandes centros econômicos mundiais do capitalismo e, internamente, avigorando a Região Concentrada (SANTOS; SILVEIRA, 2005) –, as propostas de Rochefort, Pierre George, Lacoste, dentre outros, tiveram, também com suas próprias restrições, dada a dubiedade entre o tradicionalismo vidalino e os ares marxistas, importância inequívoca, ao chamar atenção para a dimensão econômica nos processos de regionalização

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Summary

Introduction

Michael Rochefort (1927-2015), built his career as an important name in the planning of his country.

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