Abstract

Cartógrafos nem sempre usaram azul como cor convencional para corpos d’água em mapas. Essa estandardização apenas ocorreu no século XIX devido a avanços nas técnicas de produção. A partir de uma discussão sobre o uso de cores na cartografia e na cultura, esse texto reflete sobre a significação e ressignificação de símbolos na cultura popular e nos mapas. Através de exemplos da rede social, da história da cartografia e de mapeamentos indígenas, argumenta-se que a compreensão de cores não é um fenômeno universal ou uma convenção inquestionável. A seleção de cores não pode ser separada de valores culturais, embora os cânones da disciplina insistam na validade absoluta das suas normas que conferem uma segurança ontológica aos leitores e usuários de mapas. Essa desconstrução de convenções tem como objetivo refletir mais profundamente sobre as abordagens teórico-metodológicas sobre o uso de mapas no ensino de geografia, a concepção de símbolos como relações entre significado e significante e os problemas do modelo semiológico de Saussure que interpreta a cartografia como língua em vez de linguagem. Sugere-se um debate mais amplo para pensar sobre metodologias cartográficas que são mais inclusivas e levem em conta diversidade e cultura na educação. Palavras-chave Cores convencionais, Símbolos na cultura, Segurança ontológica, Linguagem cartográfica

Highlights

  • Cartographers have not always used blue as conventional color for water bodies on maps

  • Gênero é atrelado a cores específicas, sem levar em consideração que, de fato, não é uma tradição, mas uma invenção de uma tradição (HOBSBAWM & RANGER, 1983)

  • Enquanto vermelho é associado ao sexo feminino ou significa perigo ou alerta, em partes da Ásia, a cor simboliza prosperidade, sorte e felicidade – é costume que a noiva vá ao altar com vestido vermelho para invocar os bons espíritos (BLEICHER 2012, p. 182)

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Summary

Segurança ontológica

Gostaria de usar esse “viés” de cores para iniciar um debate mais amplo sobre regras e liberdades na cartografia. A visualização do transgênero aparece como uma combinação dos símbolos para homem e mulher, e a imagem é acompanhada de textos como “quem se importa” ou “tanto faz, desde que lave as mãos”. A imagem no canto inferior da direita mostra um simples vaso sanitário com caixa acoplada para argumentar que não é preciso enfatizar o gênero e as diferenças, mas apenas indicar o banheiro mais próximo para qualquer pessoa. A simples imagem de um sapo passou por um processo de ressignificação de um desenho divertido e ingênuo de animal para um símbolo relatado com ódio, preconceito e discriminação, tornando o seu uso em outros contextos e situações quase inviável

Água é azul nos mapas?
Histórias do azul nos mapas
Símbolos como pontes
Língua ou linguagem cartográfica?
Por uma educação cartográfica multicolorida
Referências Bibliográficas
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