Abstract

O artigo trata de uma época em que a idéia da coleção especializada não existia (séculos XVI e XVII), quando escrita e imagem, forma e conteúdo encontravam-se reunidos em um mesmo conjunto. Nas Câmaras de Maravilhas e Gabinetes de Curiosidades da Alta Idade Moderna, objetos exóticos, animais empalhados, pinturas, gravuras, impressos e manuscritos ocupavam o mesmo espaço como forma de apreensão do conhecimento do mundo. Homens como Manoel Severim de Faria, em Portugal, e Jerônimo de Mascarenhas, na Espanha, ambos contemporâneos da União Ibérica, estão entre esses possuidores de livrarias privadas; representantes de um tipo de letrado nos moldes do Renascimento que desapareceram com o surgimento dos métodos classificatórios e científicos do "colecionismo", difundidos a partir da segunda metade do século XVII.

Highlights

  • This article describes a period of time when the concept of specialized collecting did not yet exist (15th‐17th century), when text and image, form and content were to be found together in one ensemble

  • “Mercador de livros radicado em Florença, ele ajudou a reunir as coleções da biblioteca do Vaticano, da biblioteca Laurenziana e da biblioteca de Federigo, Duque de Urbino”[4]

  • O rigor metodológico de Mascarenhas indica uma visão classificatória, o que diferencia esta coleção de notícias da mencionada de Severim de Faria, menos criterioso na organização de seus papéis, mas por outro lado mais sistemático na narrativa cronológica dos seus Anais da História de Portugal 4 0

Read more

Summary

Introduction

This article describes a period of time when the concept of specialized collecting did not yet exist (15th‐17th century), when text and image, form and content were to be found together in one ensemble. O desenvolvimento das pesquisas acerca da cultura escrita no Império português tem nos levado, como vimos anteriormente, à necessidade de ultrapassar as relações entre escrita‐leitura‐memória formuladas por esses autores, já que se trata de um vasto mundo conectado por meio de papéis escritos, raramente fixados na forma impressa, excetuando‐se sempre o caso dos jesuítas, detentores de uma tecnologia comunicativa altamente sofisticada, em função da natureza de sua missão universal civilizadora.

Results
Conclusion
Full Text
Published version (Free)

Talk to us

Join us for a 30 min session where you can share your feedback and ask us any queries you have

Schedule a call