Abstract

O artigo aborda a polêmica surgida entre a década de 1990 e a atual em torno de dois grupos de memórias contrapostas sobre um dos acontecimentos históricos-chave da formação do Estado Nacional argentino no século XIX, a denominada "Conquista do Deserto" (1878-1885), e seu principal comandante, o Gen. Julio Argentino Roca (1843-1914). Tal polêmica tem como principal disparador uma série de monumentos em homenagem a Roca presentes nos espaços públicos de diversas cidades da Argentina, dentre as quais, San Carlos de Bariloche, na Patagônia, onde parte da população local alega que a estátua alude não a um passado glorioso, mas ao massacre genocida que teve por alvo principalmente o povo indígena Mapuche que habitava originalmente aquela região. Aqui será exposto como tal monumento tornou-se objeto de uma disputa simbólica que revela, em seu conteúdo e origens, a emergência no espaço urbano de demandas específicas por terra, por autonomia territorial, por condições dignas de vida, reconhecimento identitário e, por fim, pela consolidação de novos espaços de representação social e política para os indígenas argentinos

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