Abstract

Tomando como objeto de estudo as cooperativas de crédito rural do sistema Ecosol em Minas Gerais, este artigo buscou analisar como mecanismos sociais interferem na operacionalização de serviços financeiros nestas organizações. Confiança, reputação e redes sociais, mobilizados para o monitoramento e controle do crédito nas cooperativas, assumem a forma de estruturas de governança, concepções de controle e normas de transação que permitem aos atores construírem padrões de relacionamento financeiro. A proximidade é uma característica considerável que permeia as dinâmicas relacionais nestas organizações e de suas interações nos mercados

Highlights

  • Fundamentação TeóricaComo fundamento teórico definiu-se a Nova Sociologia Econômica (NSE), uma perspectiva teórica que busca explicações sociológicas para os fenômenos econômicos, principalmente de um ponto de vista microanalítico, dando relevo aos atores e, sobretudo, às relações sociais

  • Taking as object of study the rural credit unions Ecosol system in Minas Gerais, this paper sought to examine, through a qualitative study, how social mechanisms interfere in the operation of financial services these organizations

  • A regulação social das operações financeiras nessas cooperativas orientou-se por alguns fatores importantes que fundamentam as estruturas e práticas organizacionais nas cooperativas de crédito do sistema Ecosol/MG: i) A proximidade: que permite ampliar as interações entre os membros de uma organização e aprofundar o conhecimento mútuo

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Summary

Fundamentação Teórica

Como fundamento teórico definiu-se a Nova Sociologia Econômica (NSE), uma perspectiva teórica que busca explicações sociológicas para os fenômenos econômicos, principalmente de um ponto de vista microanalítico, dando relevo aos atores e, sobretudo, às relações sociais. Esta abordagem possibilita compreender se as cooperativas de crédito incorporam mecanismos sociais na regulação e controle das operações financeiras ou se, ao contrário, eles pouco interferem nas transações, reguladas por garantias patrimoniais e disposições contratuais (que não excluem a confiança, mas lhe alteram o sentido). Apesar de ainda serem limitadas a poucos municípios e terem um quadro social restrito, o funcionamento dessas cooperativas de crédito e a capilaridade que estão conseguindo atingir ressalta o seu potencial e reforça a importância de compreender melhor a maneira como elas conseguem operar as transações financeiras com agricultores de baixa renda. Assim, um grande potencial de crescimento para as cooperativas, no sentido de ampliarem sua participação no mercado de microfinanças no meio rural dos municípios em que atuam, posto que essas modalidades de serviços financeiros dificilmente são ofertadas em condições adequadas àquele público por outro tipo de organização formal. A apropriação dessas categorias analíticas neste trabalho, além de descrever um recorte do fenômeno investigado procurou, sobretudo, desvelar os processos sociais subjacentes às operações de crédito, buscando identificar mecanismos sociais sobre os quais se edificam as atividades financeiras das cooperativas de crédito e dar sentido à proposição de imersão social das relações financeiras

Proximidade com o Quadro Social
Admissão de Cooperados
Contatos Face a Face e Relações Interpessoais
Análise do Risco e Concessão do Crédito
Considerações Finais

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