Abstract

A partir de um estudo que mapeia as estratégias de composição de imagem de revistas brasileiras ao longo do século XX, o objetivo do presente artigo é expor alguns dos dispositivos de convocação para o consumo nas capas da revista Realidade, em contraste com aqueles utilizados pelas principais publicações brasileiras do período anterior, como Revista da Semana e O Cruzeiro. A justaposição, na revista Realidade, se estrutura como a principal estratégia composicional utilizada na maior parte das capas. Isso implica na articulação de um mecanismo de convocação que constrói um novo lugar para o leitor na imagem: ao invés de imaginá-lo como uma entidade que projeta suas fantasias aspiracionais em figuras exemplares, como no período anterior, Realidade convoca-o a partir de um convite para o deciframento de um sentido conotado, explicitando os processos de feitura da imagem e sua arbitrariedade sígnica.

Highlights

  • the objective of this article is to expose some of the convocation mechanism for consumption

  • in contrast to those used by the main Brazilian publications of the previous period

  • This implies in the articulation of a convocation mechanism that constructs a new place

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Summary

INTRODUÇÃO

Ao colocar a pergunta “O que as imagens realmente querem?”, Mitchell (2015) desloca a perspectiva a partir da qual elas são normalmente interrogadas. Se aceitarmos as considerações de Mitchell sobre as articulações da imagem como um dispositivo desejante e aplicarmos tais reflexões para o estudo das capas de revista brasileiras, é possível considerar que, embora desde sempre elas tenham se articulado em torno do desejo de poder de convencimento, as estratégias convocacionais urdidas para essa finalidade variaram consideravelmente ao longo do tempo. Isso implica na estruturação de um mecanismo de convocação que constrói um novo lugar para o leitor na imagem: ao invés de imaginá-lo como uma entidade que projeta suas fantasias aspiracionais em figuras exemplares, como no período anterior, Realidade convoca-o a partir de um convite para o deciframento de um sentido conotado, explicitando os processos de feitura da imagem e sua arbitrariedade sígnica. É possível notar que a justaposição, do ponto de vista temático, não é aleatória, mas atende a certos imaginários sobre como o jornalismo deve se estruturar, emergentes a partir da década de 1960 no cenário brasileiro

SOBRE AS ESTRATÉGIAS CONVOCACIONAIS DE CAPA
A justaposição como mecanismo de produção de sentido
A justaposição do ponto de vista do conteúdo
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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