Abstract

O implante de marcapasso definitivo em crianças tem-se constituído em desafio, tanto pela incompatibilidade de rigidez dos sistemas de estimulação em relação ao crescimento, quanto pela dificuldade de se alojar o sistema, além de outros importantes problemas técnicos e sociais. Mesmo nos Serviços onde a primeira opção tem sido a via endocárdica, nas crianças de baixo peso a opção tem sido a via epicárdica. No Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, no período de novembro de 1980 a outubro de 1985, foram realizados 21 implantes de marcapasso em pacientes na primeira década de vida, utilizando a via endocárdica. Esta técnica consta da introdução do eletrodo pelo território venoso femoral, deixando-se uma alça no átrio direito, para permitir o crescimento, e da colocação do gerador na fossa ilíaca. Em um segundo tempo, após alguns anos, é realizada liberação do eletrodo dentro da loja do gerador, permitindo-se a utilização do sistema por tempo indeterminado. A idade variou de 2 meses a 10 anos, sendo que 13 crianças tinham idade abaixo de 5 anos e 5 delas, no primeiro ano de vida. A indicação mais comum foi o bloqueio atrioventricular do 3º grau (90%), que teve como etiologia mais freqüente o bloqueio pós-operatório (75%). No seguimento realizado de 3 meses a 63 meses, com média de 26 meses, 3 pacientes morreram por causas não relacionadas ao marcapasso, enquanto que os demais estão assintomáticos. Cinco crianças já foram reoperadas para a liberação do eletrodo no interior da loja do marcapasso, após o crescimento ter desfeito toda a alça atrial. O acompanhamento dessas crianças pode demonstrar a grande superioridade da técnica em relação ao implante epicárdico e ao implante endocavitário convencional. Podemos destacar as seguintes vantagens: 1) grande facilidade técnica, com trauma cirúrgico mínimo e pós-operatório extremamente fácil; 2) não necessita outros tipos de prótese para acomodar o eletrodo; 3) permite o acompanhamento seguro da criança com simples estudo radiológico; 4) preserva o sistema cava superior para a utilização na idade adulta; 5) permite, ainda, a integração social perfeita da criança, que poderá participar de atividades esportiva e de lazer, sem que o marcapasso seja notado pelas outras crianças.

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