Abstract

O Paço Imperial é uma edificação do período colonial localizada no centro da cidade do Rio de Janeiro e com valor histórico e cultural. Para a sua construção, no século XVIII, foram utilizados dois tipos de gnaisses oriundos das pedreiras da própria cidade. O primeiro é um gnaisse grosso com estrutura oftálmica dada por megacristais de microclinio e matriz granítica, enquanto o segundo gnaisse tem composição quartzo-feldspática, com discreto bandamento e, não raro, aspecto maciço. Tradicionalmente essas rochas são denominadas gnaisse facoidal e leptinito, respectivamente, sendo assim conhecidas por profissionais da conservação do patrimônio construído na cidade. Além desses gnaisses, o calcário lioz também foi extensivamente utilizado na parte interna e na fachada externa como ornatos ao redor das portas e janelas. Em volume bem menor, foi identificado na fachada um granito fino, com textura equigranular e de cor cinza, provavelmente da própria cidade, mas cuja unidade geológica não foi identificada. Estudos sobre o intemperismo desses gnaisses já foram publicados, contudo pouco ainda se conhece sobre a degradação dessas rochas no ambiente construído e urbano da cidade do Rio de Janeiro, com aplicação à conservação do patrimônio cultural. Neste artigo apresenta-se uma avaliação da degradação das rochas descritas, baseada em mapeamento de campo, segundo as recomendações do Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS) e tratamento dos dados com a ferramenta ArcGis10. As principais formas de alteração identificadas foram alteração cromática, crosta negra, perda de material e esfoliação. A análise química da água de lavagem das superfícies das rochas na fachada mostrou que o principal elemento presente é o enxofre. Os resultados deste trabalho são relevantes para auxiliar nas medidas de conservação deste importante patrimônio.

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