Abstract

Nesse artigo analisamos as produções Ao vencedor as batatas e Fisiologia da composição, de Roberto Schwarz e Silviano Santiago, ambas dizem respeito à obra de Machado de Assis. Como objetivo propomos compreender quais as diferenças e perspectivas possíveis nas análises desenvolvidas pelos dois estudiosos em seus textos. No primeiro, Schwarz (1981) dedica-se ao estudo da produção machadiana da primeira fase, a partir do ponto de vista sociológico, pois inicialmente percebe que há influência europeia no romance brasileiro do século XIX, da qual Machado de Assis se aproveitaria. Logo, haveria nos romances do escritor do Cosme Velho um confronto entre forma literária e estrutura social, em que se verifica a disparidade de classes sociais na formação do Brasil, sobretudo pela relação do favor que permeia a sociedade. Já Santiago (2020), mais recentemente, demonstra interesse pela relação entre forma literária e grafia-de-vida, entre a escritura e a doença do autor carioca. Dessa forma, situa sua análise não na saída do túnel da criação, mas na entrada, na fisiologia da composição, ou seja, o escritor mineiro direciona suas hipóteses sobre a possível influência do corpo doente pela epilepsia de Machado de Assis na versatilidade de sua escrita literária.

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