Abstract

Neste relato iremos discorrer sobre um paciente de 7 anos de idade com diagnóstico de doença do refluxo gastroesofágico em tratamento desde os primeiros anos de vida. Apesar do tratamento clínico para a patologia, apresentava persistência de quadro de vômitos pós-alimentares precoces ocasionais, com necessidade de internação para compensação de distúrbios hidroeletrolíticos. Após ser encaminhado por um cirurgião, que suspeitou de necessidade de gastrofundoplicatura, o paciente procurou o serviço de urgência do Hospital Estadual Dirceu Arcoverde durante uma crise para ser avaliado pela Cirurgia Pediátrica. A hipótese de má rotação intestinal associada ou não a membrana duodenal foi prontamente aventada e investigada. Os exames de imagem corroboraram a suspeita e a cirurgia de Ladd foi realizada com sucesso. O relato foi elaborado através da análise de dados de prontuário de dois serviços médicos e fundamentado por pesquisa bibliográfica nas bases de dados Scielo e Pubmed. Nosso objetivo com este relato é trazer á memória um diagnóstico diferencial raro para uma sintomatologia compatível com patologia comum e salientar a importância do olhar de uma equipe multidisciplinar. Frente a um paciente com refluxo gastroesofágico, associado a déficit de crescimento e refratariedade no tratamento, diagnósticos diferenciais devem ser realizados e um deles é a má-rotação intestinal.

Highlights

  • O desenvolvimento intestinal é complexo e se inicia por volta da quinta semana de vida intrauterina, quando o intestino delgado começa um rápido processo de crescimento e excede a capacidade da cavidade abdominal, o que leva a uma herniação fisiológica temporária por volta da sexta semana

  • O presente trabalho trata de um estudo de caso qualitativo, que para Pereira, et al (2018) é uma descrição bastante pormenorizada a qual pode suscitar uma riqueza de dados e informações levando à contribuição do saber na área de conhecimento que foi utilizado, de um paciente atendido e operado no Hospital Estadual Dirceu Arcoverde, acompanhado e investigado no Centro Integrado de Especialidades Médicas – CIEM com má-rotação intestinal em novembro de 2020, cujos dados foram coletados através de registros em prontuário em ambos os serviços, análise de exames laboratoriais e de descrição cirúrgica, após assinatura, pela responsável da criança, do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

  • A má rotação intestinal ocorre em aproximadamente 1% da população e na maior parte das vezes se manifesta com vômitos biliosos nos primeiros dias ou meses de vida

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Summary

Introdução

O desenvolvimento intestinal é complexo e se inicia por volta da quinta semana de vida intrauterina, quando o intestino delgado começa um rápido processo de crescimento e excede a capacidade da cavidade abdominal, o que leva a uma herniação fisiológica temporária por volta da sexta semana. O intestino delgado sofre uma rotação antihorária de 270o em torno do seu eixo, representado pela artéria mesentérica superior, que se completa por volta da décima semana, quando também se dá a redução da hérnia fisiológica (Devesa, 2015). Quando isto não ocorre pode-se ter maiores índices de atraso e erro diagnóstico, devido à variação de sintomas referidos que vão desde nenhum, até náuseas, vômitos recorrentes, dor abdominal, constipação e flatos, com curso crônico (Bezerra, 2019)

Metodologia
Relato do Caso
Resultados e Discussão
Considerações Finais
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